O governo federal decidiu não projetar mais a balança comercial. Em todo início de ano, era costumeiro que o antigo Ministério do Desenvolvimento publicasse a estimativa anual.
Além disso, a nova equipe econômica não mira o superávit a qualquer custo. A questão é aumentar as exportações, e também as importações. A orientação é de abertura econômica, a fim de inserir o Brasil em melhor posição no mercado internacional.
Na prática, o Brasil deve consumir mais produtos produzidos fora do País. Técnicos entrevistados pelo jornal “O Globo” não garantem superávit (saldo positivo) no fim do ano daqui para frente.
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“O aumento de inserção passa por mais comércio, exportar mais e importar mais. Independentemente de saldo e de sinal (positivo ou negativo), o que se espera é uma maior participação do comércio exterior brasileiro no PIB (Produto Interno Bruto)”, explicou o diretor do departamento de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, ao anunciar o resultado da balança em janeiro.
Brandão argumentou que o governo federal não quer mais fazer projeções para focar nas questões estruturais, e não na conjuntura. Assim, para o Ministério da Economia, o principal é o comércio geral, e não o resultado da balança comercial.
“É um novo governo e uma nova orientação”, resumiu Brandão.
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Superávit de janeiro
Em janeiro, as exportações brasileiras ascenderam, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Economia. As importações também cresceram, todavia, com ritmo maior. Portanto, o saldo da balança comercial caiu. A baixa foi de 22% ante janeiro de 2018.
Com total de US$ 18, 6 bilhões nas exportações do mês passado, o destaque foi a entrega de plataformas de petróleo. As exportações subiram 9% na comparação anual.
Mas, o valor ainda está abaixo do que o crescimento das importações, que chegou a 15% ante janeiro de 2018. No primeiro mês deste ano, o Brasil comprou US$ 16,4 bilhões de seus parceiros comerciais.
Por categoria, a alta das exportações de janeiro de 2019 foi impulsionada por:
- manufaturados: alta de 15,2%
- semimanufaturados: alta de 11,1%
- produtos básicos: alta de 10,1%;
Enquanto isso, nas importações, cresceram as aquisições de:
- bens de capital: alta de 15,6%
- bens intermediários: alta de 3,6%
No acumulado do ano de 2018, a balança comercial obteve um superávit de US$ 58,3 bilhões.