A quantidade de investidores pessoas físicas (PF) em renda fixa aumentou em 15% em 2023 em comparação com o ano anterior, saltando de 14,8 milhões para 17,1 milhões de pessoas, segundo a B3 (B3SA3). No segmento de renda variável, o número permaneceu constante, cerca de 5 milhões, mas houve aumento no volume de custódia.
Entre 2021 e 2023, o número de pessoas físicas na B3 cresceu mais de 46%, de 13,1 milhões de investidores para 19,1 milhões. Segundo a B3, foi notado um crescimento de investidores que antes só possuíam alocações em renda fixa (4,9 milhões).
A faixa etária predominante no grupo de investidores em renda variável é de 25 a 39 anos, representando 42% do total. Quanto ao gênero, a distribuição tem se mantido estável ao longo dos anos, com 75% homens e 25% mulheres. No entanto, são as mulheres que têm os maiores valores iniciais investidos, com R$199, em comparação com os R$118 investidos pelos homens.
Na renda variável, o valor sob custódia dos investidores pessoa física aumentou de R$ 459 bilhões para R$ 551 bilhões, representando um crescimento de 20%.
Entre os produtos de renda variável, o valor sob custódia de pessoas físicas no mercado de FIIs cresceu 21%, saltando de R$ 107 bilhões para R$ 129 bilhões, o que representa 75% de todo o valor sob gestão de FIIs.
Para ações à vista, o número de investidores saltou de 3,4 milhões para 3,7 milhões, um crescimento de 9%. Neste segmento, o número de custódia foi de R$ 329 bilhões para R$ 391 bilhões (+19%).
Ao todo, a B3 conta com 5 milhões de pessoas físicas que possuem algum tipo de investimento em renda variável.
B3: debêntures, CRAs e CRIs tiveram crescimento de 35% no total de investidores
A quantidade de investidores em renda fixa também subiu, de 14,8 milhões para 17,1 milhões. A crescente demanda por produtos de renda fixa também se reflete no valor sob custódia, que subiu de R$ 1,64 trilhão para R$ 2,1 trilhões, um aumento de 30%. Destacam-se os produtos de dívida corporativa, como debêntures, notas comerciais, CRAs e CRIs, que juntos registraram um crescimento de 35% no total de investidores.
As debêntures, títulos de dívida emitidos por empresas fora dos setores imobiliário e financeiro, registraram um aumento de 103 mil investidores (28%), atingindo um total de 471 mil pessoas. O saldo desses investimentos chegou a R$ 119,9 bilhões, representando um aumento de 24%.
Os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) tiveram um aumento de 51% no número de investidores pessoas físicas (155 mil) e de 42% no saldo (R$ 100 bilhões) no período analisado.
Já os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) alcançaram 107 mil investidores pessoas físicas, um aumento de 53%. O saldo em custódia atingiu R$ 24,8 bilhões, um aumento de 56% no mesmo período.
As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) registraram o maior aumento de investidores entre as aplicações de renda fixa, com um aumento de 58% em dezembro de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. O saldo totalizou R$ 357 bilhões, com um saldo mediano de R$ 15,3 mil.
Assim como as LCIs, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) são isentas de IR. O produto conta com 1.744 milhão de investidores, um aumento de 29% em relação a dezembro de 2022. O aumento de 37% no estoque (R$ 457,9 bilhões) reflete o desempenho positivo do setor ao longo dos 12 meses analisados.
Entre os principais produtos de renda fixa também está o CDB, título emitido por bancos. São 11,7 milhões de investidores pessoas físicas, um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2022, com um saldo de R$ 712,3 bilhões e um saldo mediano de R$ 6 mil.
B3: Postura é de cautela com trimestre ‘pressionado’, diz Santander
Em novo relatório sobre as ações da B3 (B3SA3), analistas do Santander reiteraram sua postura cautelosa com a companhia, mantendo recomendação neutra para os papéis.
No parecer, os especialistas apontaram que esperam que o resultado da B3 mostre ‘números pressionados’.
O preço-alvo da casa para as ações da B3 é de R$ 17, ao passo que os papéis B3SA3 negociam pouco abaixo dos R$ 13.
“Estimamos lucro líquido recorrente de R$ 1,04 bilhão para a companhia no 4T23, queda de 10% na base trimestral e anual, com EBITDA atingindo R$ 1,4 bilhão, equivalente a margem de 64%. Nossas estimativas para o 4T23 são com base nos relatórios mensais de desempenho da B3 que incluem volumes e preços médios de alguns de suas linhas de negócios, em que o ADTV totalizou R$ 24,3 bilhões”, diz a casa.
“Apesar dos volumes fracos, acreditamos que o principal destaque do trimestre serão as despesas ajustadas, pois esperamos que convirjam no ponto médio da orientação para 2023. Nossa estimativa de lucro líquido está 9% abaixo do consenso para o 4T23″, completa.
Os analistas ainda acrescentam que o ADTV da B3 segue fraco em 2024, mas que estimam que o indicador aumente gradativamente ao longo do ano, à medida que a taxa Selic cai.
Desempenho das ações da B3
As ações da B3 operam em queda de 0,8% a R$ 12,83 no pregão desta quarta-feira (21). Em 12 meses, os papéis da companhia somam um avanço de 18%, contudo.