A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) lançou um novo sistema de aluguel de ativos. Dessa forma, o segmento ficará mais parecido com o mercado à vista de ações.
A nova ferramenta da B3 lista as ofertas dos papéis disponíveis para alugar e suas taxas em tempo real. Isso faz com que o caminho entre os detentores das ações, units e BDRs ou ETFs e quem aluga os papéis seja mais acessíveis.
Já existe uma parte de contratos fechados de forma eletrônica. No entanto, é esperado que a via online ganhe relevância quando todas as partes da cadeia (corretoras, custodiantes e gestores) estiverem aptos para integrar o sistema.
Atualmente, grande parte dos contratos de aluguel de ativos é concluída no mercado de balcão ou de forma bilateral, só então é registrada na bolsa. Esse processo funciona como contraparte central de todas as operações e assegura a liquidação do contrato de empréstimo em favor do doador.
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Com o constante desenvolvimento tecnológico, a direção da B3 aguarda dar mais transparência às transações, atraindo um público que visa o longo prazo e que desconhece o mercado de aluguel, sobretudo os fundos de pensão, que poderia ser naturalmente grandes doadores de ações.
O sistema de empréstimos redesenhado deve ser realizado junto a uma nova forma de tarifação. No regime atual, quem toma ações emprestadas paga 0,25% ao ano sobre o total negociado para a B3, com um emolumento mínimo de R$ 10 por contrato. Quem doa os ativos não tem despesa alguma.
B3 perto de concluir o projeto
Por parte da B3, todos os processos foram concluídos e o sistema está em fase de verificação, disse Viviane Basso, diretora de pós-negociação da bolsa ao jornal “Valor Econômico”. Faltam os demais participantes da plataforma de negociação terminarem seus projetos para que façam os testes antes de o sistema entrar em plena operação. A previsão é que ao longo do ano que vem essa rede esteja finalizada.
“Temos evoluído o produto nos últimos anos com a intenção de aumentar a utilização da tela, para fechar os contratos efetivamente, trazendo mais transparência na formação de preços e fechamento dos contratos”, diz Viviane. “Estamos criando um pool de liquidez centralizado e com isso deve aumentar a participação dos institucionais”, disse a executiva da B3.