B3 (B3SA3): Volatilidade do mercado ainda é desafio no 1T24; ações caem, é hora de comprar?

A B3 (B3SA3) reportou resultados do primeiro trimestre deste ano (1T24) discretamente abaixo das expectativas de grandes instituições financeiras, como o Goldman Sachs e BTG Pactual.

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O lucro líquido da B3 foi de R$ 1,13 bilhão, segundo divulgado pela companhia nesta quinta-feira (9). O número indica uma queda de 7,1% em relação ao mesmo período do ano passado (1T23), mas uma alta de 6,9% frente ao trimestre anterior (4T23).

A seguir é possível conferir alguns dos principais comentários a respeito dos resultados da B3 neste trimestre.

Goldman Sachs: Receitas mais fracas e recomendação neutra para B3SA3

A normalização das despesas foi um dos fatores para o enfraquecimento da receita da B3, na visão dos analistas do Goldman Sachs.

A B3 reportou um lucro líquido de R$ 950 milhões, 3% acima do trimestre anterior (-13% em relação ao ano anterior), mas 6% abaixo da estimativa do GS e 11% abaixo do consenso do Bloomberg. As receitas líquidas foram suaves e contraíram-se trimestralmente em todos os segmentos, ficando 3% abaixo da estimativa do GS.

Para Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Lindsey Shema, que assinam o relatório do Goldman Sachs, as ações B3SA3 seguem sob recomendação “Neutra”, com um preço-alvo de R$ 14,00.

A postura mais cautelosa, segundo os analistas, é justificada pelo volume de negociações de ações na bolsa de valores em crescimento mais lento do que o esperado, além do risco competitivo e litígios relacionados a ágio e contingências legais de câmbio.

Por outro lado, a casa também enxerga boas janelas de oportunidade para o preço das ações subirem, no cenário de um crescimento do volume acima do esperado, com uma recuperação mais rápida nos mercados de crédito impulsionando a unidade de títulos e o crescimento mais forte nas vendas de veículos.

Santander: Receita da B3 veio acima do esperado

Nas estimativas do Santander, as receitas ficaram 3% acima do esperado, apoiadas pelo Desenrola e pela reversão de provisões.

“A receita principal ficou em linha com nossos números. As despesas ficaram 16% acima de nossas previsões, parcialmente explicadas pelo Desenrola e continuamos a observar altas despesas para a B3 no 1T24”, diz o relatório do banco.

Além disos, o Ebitda da B3 ficou em linha as expectativas, em R$ 1,574 milhões.

Os analistas Henrique Navarro, Anahy Rios e Arnon Shirazi posicionam o preço-alvo de B3SA3 até o final de 2024 em R$ 15,00.

“Reiteramos nosso cenário negativo para o momentum dos lucros da B3, dada a fraca movimentação de capital próprio e a diminuição da velocidade de turnover. Apesar disso, a avaliação continua atrativa, em nossa opinião, com as ações acumulando queda de 20% no ano (IBOV -4% no ano)”, afirmam.

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Genial: Esforços de diversificação da B3 ainda não colheram frutos?

“Embora a tenha realizado esforços significativos para diversificar suas operações ao longo dos anos, lançando novos produtos, adquirindo empresas de tecnologia e explorando outras iniciativas, a persistente volatilidade do mercado tem sido um desafio”, afirma o relatório da Genial.

Segundo os analistas da Genial, liderados por Eduardo Nishio, o resultado da B3 do 1T24 não apresentou “grandes evoluções”.

O cenário econômico internacional incerto, de acordo com os especialistas, continua a afetar os mercados, com a postergação do início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos tendo repercussões globais, incluindo na bolsa de valores brasileira.

“Essa incerteza tem se refletido em volumes de negociação mais modestos, dificultando o crescimento das receitas e, por consequência, do lucro da B3“, apontam.

O lucro líquido contábil recorrente no 1T24 foi de R$ 994 milhões, um aumento de +8,6% em relação ao trimestre anterior (t/t), mas uma redução de -8,7% em relação ao ano anterior (a/a). O resultado ficou cerca de 3% abaixo da estimativa da Genial e do consenso de mercado.

BTG: Queda de volume de negociações já era esperado

De olho nos dados mensais operacionais, os analistas do BTG afirmam que já era aguardada a queda nos volumes de ações à vista, o que resultou em uma receita líquida próxima à estimativa.

Na visão da casa, as despesas operacionais voltaram a um nível mais típico após um aumento único no último trimestre, enquanto os resultados financeiros e a taxa de imposto estavam de acordo com nossas projeções.

“No geral, não há muito a destacar”, comentam os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, que assinam o relatório do BTG.

“Ainda assim, a avaliação da B3 em termos absolutos é razoável, dada a qualidade de seu negócio, mas considerando o cenário atual de taxas de juros mais altas por mais tempo e volumes ainda fracos, permaneceremos Neutros por enquanto,” concluem.

O preço-alvo das ações da B3 no BTG é de R$ 13,50.

Nesta sexta-feira (10), as ações da B3 caem 1,16% na bolsa de valores às 11h30 de Brasília, após abertura de mercado refletindo os resultados trimestrais da companhia.

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Camila Paim

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