O Itaú BBA manteve sua recomendação ‘outperform’, equivalente a compra, para as ações da B3 (B3SA3). O banco avalia que a queda da taxa de juros deve gerar uma dinâmica melhor para os fundos locais e, consequentemente, volumes mais robustos para a B3.
“A melhor notícia é que os ativos sob gestão na indústria de fundos do Brasil aumentaram 24% em relação a 2020, antes do aumento da taxa Selic, enquanto em ações [o volume de ativos sob gestão] caiu 23%. Com base em dados históricos, taxas de juros mais baixas são um bom presságio para o setor, com melhores fluxos para fundos de ações e hedge”, afirma o banco em relatório sobre as ações da B3.
Segundo analistas do Itaú BBA, o crescimento do lucro recorrente da B3 deve acelerar em 4% neste ano e 15% em 2024 – a melhor dinâmica de receitas colaboram para o aumento. “Estamos elevando nossas estimativas de ADTV [Volume médio diário negociado] em 7% para 2023 e 21% para 2024. Um melhor volume e mix também devem ajudar as margens e o crescimento da receita da B3. A empresa enfatizou que o controle de despesas é a principal prioridade à frente.”
Ajuste de margem e crescimento da receita
A expectativa é de que as despesas recorrentes da B3 cresçam em 8% em 2023 e 2024. O cenário para as receitas é estabilização neste ano, com aumento de 16% em 2024.
O banco também projeta uma margem Ebitda de 71,7% em 2023 e 73,6% em 2024. “Nossas projeções de lucro líquido recorrente são de R$ 5 bilhões e R$ 5,7 bilhões para 2023 e 2024. A B3 possui significativa capacidade de receita reprimida.”
Upside e redução do risco
O Itaú BBA avalia o preço justo das ações em R$ 17, upside de 18%, por causa do impulso positivo para revisões de lucros e um risco Brasil mais baixo, principalmente relacionados ao Carf.
“A ação da B3 já teve um bom desempenho nas últimas semanas, mas ainda está abaixo do potencial em nossa visão. Seu atual P/L 2024 de 15x está abaixo da média histórica de 21x. A B3 está negociando com um desconto de 27% sobre o múltiplo médio ponderado de 21x dos pares do mercado global, contra um desconto médio de 13%, considerando o lucro líquido recorrente”, explica os analistas.
Hoje, a B3 teve queda de 1.12%, cotada a R$ 12,41