Após a divulgação das projeções para 2022 e da realização do Investor Day na semana passada, o Goldman Sachs revisou sua recomendação para a bolsa brasileira, B3 (B3SA3). De acordo com o banco, as ações da B3 estão abaixo da sua média histórica, mas os riscos do cenário que se vislumbra para 2022 podem prejudicar o desempenho da empresa.
Por isso, a recomendação do Goldman Sachs para a B3 é neutra. Além disso, com a nova revisão, o preço alvo caiu de R$ 18,0 para R$ 15,5.
No mais, o banco manteve a previsão de R$ 4,6 bilhões de lucro líquido recorrente neste ano, mas cortou as projeções para os próximos anos: em 2022, a estimativa teve um corte de 8% e para 2023 caiu 12%.
De acordo com os analistas do GS, os principais pontos discutidos pela empresa em seu Investor Day trataram da concorrência e novos produtos.
Além disso, a empresa também ressaltou seu compromisso com a remuneração dos acionistas, tanto por meio do pagamento de dividendos (guidance de 110-140% líquido para 2022) como pelo programa de recompra de ações anunciado recentemente (250 milhões ações).
B3 quer se tornar mais competitiva
Em relação à concorrência, a B3 apresentou três perspectivas diferentes: competição interna, externa e de internalização. Sobre a concorrência interna, a Bolsa afirmou entender que o Brasil é uma exceção do mercado, sendo um dos poucos países com apenas uma bolsa de valores. A empresa espera que novos concorrentes surjam em algum momento.
Já para mitigar a competição com bolsas estrangeiras, a estratégia da B3 é trabalhar seus regulamentos e o crescimento na oferta de Brazilian Depositary Receipts (BDRs).
Por fim, a internalização de demanda conta com a criação de novos produtos, como as ações RLP (Provedor de Liquidez ao Varejo, na sigla em inglês), novos ETFs e renda fixa.
“A empresa mostrou que teve crescimento de receita anual em ações listadas em oito dos últimos onze anos (15% ano a ano, em média), mostrando um crescimento consistente apesar das condições macro adversas”, aponta o relatório.
Bolsa divulga projeções e investimentos para 2022
A B3 anunciou na sexta-feira (10) as suas projeções para 2022 e informou que pretende investir em novas iniciativas e negócios de R$ 380 milhões a R$ 440 milhões em 2022, um aumento de cerca de 64% em relação a 2021, para o qual a previsão era de R$ 240 milhões a R$ 260 milhões.
Segundo comunicado ao mercado, a expectativa para os investimentos no seu negócio principal (core business) ficou em R$ 200 milhões a R$ 250 milhões para o próximo ano, uma retração de cerca de 30% à previsão deste ano.
O principal desembolso da B3 para 2022 é das despesas ajustadas no negócio principal, que incluem projeção de R$ 1,28 bilhões a R$ 1,38 bilhões e representam um avanço anual de cerca de 8,6%. Já as despesas de faturamento ficaram entre R$ 255 milhões e R$ 305 milhões, aumento de 14,3%.
Com isso, os desembolsos totais da empresa devem ficar entre R$ 2,115 bilhões e R$ 2,375 bilhões. Em 2021, a expectativa era de R$ 1,94 bilhões a R$ 2,07 bilhões, o que representa uma alta de 12,0%.
Cotação da B3 nesta segunda (13)
Por volta das 17h50 desta segunda, a cotação da B3 apresentava queda de 0,97%, com os papéis valendo R$ 12,26.