CSD pode apresentar riscos para a B3 (B3SA3), diz Goldman Sachs; veja quais
A CSD BR, uma empresa que conta com a participação de Santander (SANB11), BTG Pactual (BPAC11) e a Chicago Board Options Exchange (CBOE), planeja entrar no mercado de bolsa de valores até 2027. Diante disso, o Goldman Sachs vê possíveis riscos para a B3 (B3SA3).
Fundada em 2017, a CSD BR ganhou mais relevância após a aquisição de participações minoritárias por BTG Pactual, Santander e CBOE em um acordo avaliado em R$200 milhões em 2022.
Desde 2020, a empresa atua no registro de transações de renda fixa, tendo apresentado um crescimento substancial de R$500 bilhões em 2022 para R$2,5 trilhões em setembro de 2023. Em comparação, a B3 registrou R$1,5 trilhão em agosto de 2023 e acumulou R$11,9 trilhões desde janeiro de 2024.
A empresa vai solicitar ao Banco Central a permissão para operar como uma contraparte central (CCP), um importante passo para ampliar sua atuação no mercado financeiro.
A competição direta com a B3 será intensificada, visto que outras empresas como ATG (com previsão de lançamento em 2025), A5X (derivativos em 2026) e Cerc (bolsa de renda fixa em 2025) também buscam entrar nesse mercado.
A entrada de novos concorrentes, diz o Goldman Sachs, pode representar riscos gerenciáveis para a B3. As receitas da B3 são fortemente dependentes de atividades relacionadas à clearing (80-90%) no mercado de ações, que representa 35% das receitas da empresa. No entanto, operar mais de uma CCP pode gerar ineficiências no mercado, como requisitos divergentes de liquidação e margem, limitando a competição direta.
Em termos de derivativos, que representam 23% das receitas da B3, o risco de concorrência é considerado mais baixo pelos analistas, pois novos competidores teriam que criar seus próprios contratos listados. Além disso, a maioria dos países opera com apenas uma CCP, o que coloca a B3 em uma posição de vantagem no cenário global, na visão do Goldman Sachs.
Atualmente, dizem os analistas, as ações da B3 (B3SA3) estão sendo negociadas a 12,2x o P/L estimado para 2025, o que representa um desconto de 31% em relação à sua média histórica de 17,6x.
Os analistas mantiveram recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 13. A casa pondera que o ativo é negociado abaixo de outras bolsas globais, que têm um múltiplo médio de 25x, mas ainda está acima da mediana dos players do setor financeiro no Brasil, que é de 11,4x.