A B3 (B3SA3) comprou 37,5% do capital social da Dimensa, subsidiária da Totvs (TOTS3), por R$ 600 milhões, segundo fato relevante. De acordo com a empresa, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovaram a transação, sem restrições, na sexta-feira (01), data em que foi concluída a transação.
Sendo assim, A B3 passa a ser acionista minotirária na Dimensa, que continua a ser controlada pela Totvs, que detém 62,5% da fatia societária remanescente. “Com a obtenção dessas aprovações, foram cumpridas todas as condições precedentes e necessárias para o fechamento da transação”, diz o comunicado da B3.
O negócio teve início em 12 de julho, quando ambas as empresas anunciaram a criação da TFS – hoje denominada Dimensa -, uma companhia dedicada ao segmento de serviços financeiros.
“A empresa, que fará parte do grupo Totvs mas com management renovado e com total autonomia, nasce do carve-out (separação) da atual operação da TFS (TOTVS Financial Services) e ganhará uma sócia de peso, a B3 – Brasil, Bolsa, Balcão, a principal infraestrutura de mercado financeiro brasileiro, que fará um aporte primário de R$ 600 milhões e passará a deter 37,5% da nova empresa”, informou fato relevante da Totvs à epóca.
A transação avalia o equity da nova companhia em R$ 1,6 bilhão.
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Resposta do mercado à criação da Dimensa
A negociação foi vista como certeira por analistas do mercado financeiro, dado que pode destravar valor para ambas as companhias: Tovs e B3.
Em sua nova configuração, a Dimensa pretende realizar aquisições e parcerias, além da implementação do seu plano de desenvolvimento orgânico, para gerar um portfólio ainda mais amplo.
Com isso, analistas acreditam que a B3 se fortalece ao mostrar que está buscando oportunidades para gerar ganhos fora de seus negócios principais. Já a Totvs consegue um forte parceiro para crescer em um mercado ainda fragmentado, mas com forte potencial: o de softwares para o mercado financeiro.
Em julho, após o primeiro anúncio da parceria, o Credit Suisse destacou que a transação oferecia oportunidades de crescimento orgânico de mais de 10% para a subsidiária da Totvs. Além disso, o banco indicou oportunidades para expansão inorgânica também, por ser um consolidador no mercado de softwares de fintechs.
“Com receita de R$ 140 milhões em 2020, caixa de R$ 650 milhões e um valor de mercado de R$ 1,6 bilhão, estimamos que a transação tenha um múltiplo de 6,8 vezes o valor de mercado sobre vendas (EV/Sales), bem razoável em nossa visão, considerando o múltiplo da Totvs de valor sobre vendas de 8,1 vezes, e da Sinqia (SQIA3), sua principal concorrente, de 7,9 vezes para 2020”, escrevera os analistas na ocasião.
Mesmo o acordo não sendo “transformacional” para a B3, dado o tamanho relativo do negócio em relação à Bolsa, o Credit Suisse afirmou que o movimento é estratégico e pode aproximar a companhia de seus maiores clientes.