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CEO da B3 (B3SA3): governo precisa focar no compromisso fiscal e não criar ruídos desnecessários

B3 (B3SA3): Ibovespa

B3 (B3SA3): Ibovespa. Foto: Divulgação

O CEO da B3 (B3SA3), Gilson Finkelsztain, avalia que o governo precisa estar focado no compromisso fiscal, continuar com a agenda de reformas e não criar ruídos desnecessários capazes de gerar volatilidade no mercado. “O que o governo precisa fazer é não ser tão criativo a ponto de criar volatilidade.”

O governo não deve conseguir um déficit fiscal zero em 2024, como já espera o mercado, mas Gilson Finkelsztain argumenta que as autoridades em Brasília precisam estar comprometidas com um número, independente de ser um déficit de 0,1%, 0,3% ou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Mesmo que não seja zero, o número está sob controle. Então, um pequeno déficit fiscal não cria instabilidade grande para os mercados, desde que não cresça indefinidamente e seja pequeno”, afirmou o CEO da B3.

“Se tem uma lição que podemos tirar do ano passado é que, quando o governo cria ruídos, atrapalha a agenda econômica”, disse Finkelsztain em encontro com jornalistas nesta quinta-feira. “O ano de 2023 começou com muitos ruídos, que foram dissipados ao longo do ano.”

Finkelsztain afirmou que, após fazer a reforma tributária, a administrativa seria um “golaço”, mas reconheceu que essa mudança no RH do Estado é mais complexa de ser tocada.

O cenário para Brasil está mais claro este ano, argumenta Finkelsztain, com inflação sob controle, câmbio bem comportado e reservas. “Tem uma estrada na nossa frente de maior clareza quanto ao cenário macro”, disse ele, citando a incerteza pelo lado fiscal.

Gilson Finkelsztain, CEO da B3: O cenário para Brasil está mais claro este ano, argumenta Finkelsztain, com inflação sob controle, câmbio bem comportado e reservas

B3: ano será de mais follow-ons que IPOs

Apesar de haver mais de 100 empresas se preparando para uma abertura de capital, Gilson Finkelsztain acredita, segundo reportagem publicada no site da B3, que o ano de 2024 será marcado por mais ofertas subsequentes de ações (follow-on, quando empresas já listadas voltam a mercado para emitir novas ações e levantar mais capital) do que IPOs

“O desenvolvimento do mercado de capitais não deve ser medido apenas pelos IPOs. No ano passado não tivemos abertura de capital, mas foram mais de 20 follow-ons”, afirmou o CEO à B3.

Ele acredita que nem todas as 100 empresas que preparam para lançar ações na bolsa realmente irão a mercado. As aberturas devem se concentrar em companhias consolidadas e de setores mais tradicionais, como saneamento e energia. Por outro lado, empresas que ainda não dão lucro não devem fazer seus IPOs. “Não vejo espaço para IPO de empresas deficitárias”, disse.

Mesmo assim, o presidente da B3 disse que existe “quase um consenso” de que fazer IPO fora do Brasil é menos vantajoso do que abrir capital aqui.

Com Estadão Conteúdo

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