O BTG Pactual reiterou recomendação neutra para a B3 (B3SA3), mas destacando um possível viés de melhora da companhia, após o volume médio de transações financeiras no segmento de ações registrar uma queda de 1,7% em fevereiro em comparação anual.
Segundo o balanço de fevereiro da B3, o volume de transações em ações totalizou R$ 26,022 bilhões. Quando comparado ao mês anterior, houve um aumento de 15,7%.
“Os volumes melhoraram em relação ao mês anterior, mas ainda estão principalmente abaixo em relação ao ano anterior”, afirma o BTG.
Os analistas do BTG afirmam que se assumirmos a média dos dois primeiros meses para março, o volume diário médio de negociação de ações da B3 está 4% abaixo do esperado, com quedas de 5% em relação ao trimestre anterior e de 8% em relação ao ano anterior.
Por outro lado, o volume diário médio de contratos futuros da B3 listados está acima das estimativas do banco, enquanto os volumes de balcão e o número de veículos financiados ainda estão abaixo das expectativas.
“Reduzimos a B3 para neutra em novembro, mas nosso viés sobre a ação melhorou (provavelmente impulsionada pelos volumes mais fracos na margem). Na verdade, nossa equipe de estratégia incluiu a ação em seu portfólio de março”, destaca o BTG.
Na época, o BTG reduziu sua posição na B3 devido à crença de que a avaliação estava menos atrativa após a alta, apoiada por volumes e indicadores-chave de desempenho (KPIs) decepcionantes na margem. No entanto, o banco vê que essa visão já está refletida no preço.
De acordo com pesquisa do BTG, principalmente com investidores locais, 18% dos entrevistados escolheram a B3 como sua ação favorita de aprofundamento financeiro para aproveitar a queda das taxas de juros, em comparação com 6% da pesquisa de janeiro. O banco tem preço-alvo de R$ 16 para os papéis da B3.
B3: dados indicam bons resultados para o 1T24, diz Safra
Em relatório, o Safra enxergou de forma positiva o aumento sequencial de 15,7% no montante médio de transações financeiras na B3 (B3SA3) no segmento de ações em fevereiro. Segundo a casa, o dado indica números expressivos para o balanço do primeiro trimestre de 2024.
No mês passado, o montante médio de transações financeiras na B3 chegou a R$ 26,022 bilhões. Na visão do banco, essa melhora sequencial é importante, pois indica resultados do 1T24 com volumes próximos a R$ 24 bilhões e faturamento de 130%, considerando os números observados até o momento em março.
“Em nossa recente atualização, já incorporamos estimativas próximas a esses números, e vemos a B3 como uma clara oportunidade de compra, considerando a avaliação barata e o desconto para pares internacionais”, pontuou. O Safra tem preço-alvo de R$ 17 para as ações da B3, que atualmente são negociadas pouco abaixo dos R$ 13.
Ainda segundo balanço divulgado pela B3, os maiores volumes vieram do mercado à vista de ações, com R$ 24,940 bilhões na média diária, ainda registrando uma queda anual de 2,2%. Em contrapartida, houve alta de 16,3% na comparação mensal.
A B3 diz que encerrou o mês com 5,903 milhões de contas registradas na depositária, marcando uma diminuição de 3,9% em um período de 12 meses. As contas na depositária representam o número de contas registradas na instituição depositária, que pode ser a B3, onde os investidores mantêm seus ativos financeiros, como ações e títulos.
O número de investidores individuais da B3, de acordo com o resultado da empresa que administra o Ibovespa, foi de 5,066 milhões, apresentando uma redução de 3,4%. O total de empresas listadas também teve uma leve redução, passando de 445 para 443.
Bolsa terá nova concorrente, diz coluna
O Mubadala Capital está estruturando uma nova bolsa de valores para concorrer com a B3 (B3SA3), segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. A sede seria no Rio de Janeiro, com a operação tendo início no segundo semestre de 2025.
De acordo com a publicação, a nova bolsa brasileira, que está sendo criada pela Mubadala Capital, será presidida por Claudio Pracownik, ex-Ágora e ex-Genial Investimentos.
Ainda conforme Jardim, a concorrente da B3 está sendo estruturada para operar em todos os mercados, como ações, derivativos, câmbio e outros.