O BB Investimentos iniciou a cobertura da B3 (B3SA3) avaliando a empresa como “boa, bonita e barata”. A recomendação do banco de investimentos é de compra, com o preço-alvo para a ação em 2022 a R$ 16,30 – valor que representa um potencial de valorização de 30%.
“Entendemos que a B3 apresenta um caso interessante de crescimento potencial, sem sofrer concorrência ampla no curto prazo, com pagamento de proventos significativo”, destaca o relatório do BB Investimentos, divulgado nesta sexta-feira (08).
Segundo o BB-BI, a capitalização de mercado das ações de empresas listadas na B3 mais que dobraram desde o final de 2016. Além disso, o número de pessoas físicas que investem em renda variável aumentou mais de 6x no mesmo período.
“O conjunto desses fatores, somados ao contexto de mercado, permitiu que o volume médio de negociação de ações na B3 saltasse cerca de 5x, refletindo em um ganho substancial de receitas operacionais”, destaca o documento.
O BB-BI acrescenta que acredita na continuidade desse crescimento do volume médio diário de negociação no curto prazo, acima do PIB nacional, convergindo para uma expansão em linha com a economia no médio prazo.
Pagamento de proventos
O pagamento de dividendos também é um ponto de destaque para o BB-BI. De acordo com o relatório, a B3 pagou proventos acima do seu lucro líquido contábil nos últimos dois anos, indicando um dividend payout (divisão dos dividendos totais pelo lucro líquido total dentro de um determinado período) de aproximadamente 130%.
O banco de investimento projeta uma continuidade de dividendos elevados que alcance um payout de 85% para a Brasil, Bolsa, Balcão no longo prazo.
“Segundo nossas projeções, o retorno relativo de proventos comparado com o preço corrente da ação (dividend yield), deverá ser de cerca de 9% nos próximo três anos”, diz relatório do BB Investimentos.
Concorrência para a B3
Os analistas do BB Investimentos destacam que a B3 opera isolada no mercado de bolsa de valores brasileiro. O que eles ressaltam é o aumento de listagem de companhias brasileiras em bolsas estrangeiras, em especial na americana Nasdaq.
O relatório não entende como um risco relevante a concorrência direta no cenário nacional, “visto a força da marca B3, assim como o elevado volume transacionado em seu ambiente de negociação”.
O documento também aponta uma concorrência menos óbvia, a de recursos financeiros migrando da B3 para a aquisição de criptoativos, que não são regulamentados no País. Essa ameaça é vista como contornada pela disponibilização de ETFs indexados a esses ativos.
“Por fim, a companhia sofre uma concorrência significativa nos demais segmentos que atua, como o registro de operações de financiamento de veículos, imóveis e seguros, porém as receitas oriundas desses mercados são inferiores a 5%”, diz texto.
No médio e longo prazo, a possibilidade de um acirramento na concorrência com bolsas internacionais e o
surgimento de concorrentes no país é possível para o BB Investimentos, mas não é fator que o banco entenda como passível de penalização na avaliação da empresa.
“Seguiremos acompanhando os resultados operacionais da B3, bem como eventuais mudanças de cenário para a concorrência neste mercado dinâmico”, concluem.
Última cotação da B3
Nesta sexta-feira (8), a cotação da B3 apresentava alta de 1,70%, às 16h29, com as ações B3SA3 sendo negociadas a R$ 12,48 no Ibovespa.
Nos últimos 12 meses, os papéis da B3 amargam 27,49% de queda, valendo R$ 20,15 na máxima e R$ 12,15 na mínima.