O BTG Pactual reiterou a recomendação neutra para as ações da B3 (B3SA3) após o Investor day. Apesar disso, o banco destaca que a B3 é considerada uma boa opção para potencial recuperação no mercado de capitais brasileiro, embora enxergue maior potencial de valorização em empresas como XP (XPBR31), e BR Partners (BRBI11). Hoje, as ações da B3 registraram uma forte alta, cerca de 4,18%, impulsionadas pela expectativa de queda nos juros.
O BTG ressalta ainda as sólidas vantagens competitivas da B3, como principal player do segmento, com diversificação, margens robustas e uma eficiente máquina de fluxo de caixa.
Durante o Investor Day, o CEO da B3, Gilson Finkelsztain, comentou o desempenho recente da empresa. Enfatizou os planos de fortalecer e maximizar os pilares do negócio central, ao mesmo tempo em que avalia oportunidades e riscos além do simples ‘trading’, especialmente por meio de dados e análises.
A mensagem principal, de acordo com o BTG, foi que a B3 continuará tornando seus serviços atrativos para clientes, tanto locais quanto internacionais, em 2024. Finkelsztain expressou otimismo para 2024, considerando o crescimento em ativos, fundos de investimento e emissões de renda fixa nos mercados de capitais brasileiros este ano.
Os executivos destacaram o impulso no segmento de debêntures, gerando oportunidades para a B3. Finkelsztain também abordou o mercado de ações, que, apesar de perder força nos últimos dois anos devido às altas taxas de juros locais, continua a registrar receitas crescentes de dois dígitos em 2023.
Segundo o CEO, esse progresso teria sido menor sem iniciativas como a criação de contratos mini-índice e o crescimento de ETFs, FIIs e BDRs.
O BTG destaca que a B3 busca, como principal pilar, garantir o crescimento e maior diversificação, concentrando-se em linhas menos expostas ao ciclo econômico, como serviços e tecnologia. As aquisições da Neoway e Neurotech estão alinhadas com essa estratégia, visando fortalecer a linha de negócios “análise de dados”.
“Apesar de uma melhoria recente, os volumes de ações e a velocidade de negociação ainda estão relativamente fracos em comparação com anos recentes, os custos estão aumentando, e o potencial fim do Juros Sobre Capital Próprio (JCP) deve impactar a B3 mais do que seus “pares no mercado de capitais”, observa o BTG.
Neste contexto, o BTG mantém a recomendação neutra para as ações da B3, com um preço-alvo de R$ 14, ante a cotação atual de R$ 14,43.
B3 quer distribuir até 120% do lucro em 2024
A B3 (B3SA3) planeja distribuir aos acionistas entre 90% e 120% do lucro líquido em 2024. A B3 reafirmou também a previsão anterior de distribuir entre 110% e 140% do lucro líquido deste ano.
A operadora da bolsa de valores prevê investimentos no próximo ano na faixa de R$ 200 milhões a R$ 280 milhões. A B3 projetou desembolsos totais entre R$ 2,6 bilhões e R$ 2,940 bilhões.
Dentro desse montante, as despesas ajustadas no negócio principal devem ficar entre R$ 2,140 bilhões e R$ 2,320 bilhões. As despesas relacionadas ao faturamento devem oscilar entre R$ 260 milhões e R$ 340 milhões.
A companhia também estimou depreciação e amortização de R$ 570 milhões a R$ 630 milhões para 2024, quando espera atingir uma alavancagem financeira de 2,0 vezes, medida pela relação entre dívida bruta e Ebitda recorrente.
Empresa teve lucro de R$ 1,074 bilhão no 3T23
A B3 registrou um lucro líquido de R$ 1,074 bilhão no terceiro trimestre de 2023, uma alta de 4,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, e 2% acima do segundo trimestre deste ano.
Em base ajustada, ou seja, excluindo eventos não recorrentes, a B3 reportou um lucro líquido ajustado de R$ 1,16 bilhão no 3º trimestre, uma alta de 0,5% em 12 meses.
A receita líquida da B3 totalizou R$ 2,25 bilhões no trimestre encerrado em setembro, uma redução de 0,4% na comparação ano a ano.
O Ebitda da B3 (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em base ajustada foi de R$ 1,6177 bilhão, queda de 3,2% em base anual, fazendo a margem Ebitda ajustada cair 1,73 ponto percentual em 12 meses, para 72,3%.
De acordo com o comunicado, o cenário de menor atividade no mercado de ações e o desempenho dos outros negócios conduziu a queda da receita da B3 no 3T23, em linha com o terceiro trimestre de 2022 e com o trimestre imediatamente anterior, mesmo se não fosse considerada a receita de Neurotech no terceiro trimestre de 2023.