A Bolsa de Valores de São Paulo B3 (B3SA3) informou nessa terça-feira (19) que o número de investidores pessoa física chegou a 2 milhões em abril desse ano, mesmo frente aos impactos econômicos causados pela pandemia de coronavírus (Covid-19).
Os dados foram levantados através de um estudo que traça o perfil dos investidores pessoas físicas que estão na Bolsa, e a companhia realizou uma live para comentar os resultados nessa terça-feira.
De acordo com a B3, em julho de 2019 o número de investidores havia atingido a marca de 1 milhão. Frente a isso, a Bolsa indicou que esse aumento “representa uma mudança estrutural no mercado de capitais brasileiro”.
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“Ainda é muito cedo para concluirmos que esse movimento será contínuo, mas, de qualquer forma, traz um quadro positivo e sinais de que talvez estejamos tendo uma mudança geracional quando falamos de investimentos no Brasil”, informou o diretor de Relacionamento com Clientes da Bolsa, Felipe Paiva.
Segundo o estudo, os investidores estão mais jovens e mesmo investindo com valores baixos, buscam diversificar suas aplicações mantendo o foco no longo prazo. As pessoas com idade entre 25 a 39 anos representam cerca de 49% dos investidores em renda variável.
Além disso, a pesquisa destacou que cerca de 48% dos investidores tem, no mínimo, 5 ações na carteira, ao passo que 46% do total tem mais de um produto de renda variável.
Estudo da B3 indica queda nos valores investidos
A análise ainda indicou que desde o ano passado, pôde-se observar uma queda no valor médio investido pelas pessoas físicas. Em março desse ano, foi constatado que cerca de 54% das pessoas físicas possuem uma carteira com até R$ 10 mil de saldo. Em 2011, essa porcentagem ficava em 44%.
Além disso, cerca de 30% dos 223 mil investidores que começaram a aplicar em renda variável em março fizeram seu primeiro aporte com menos de R$ 500.
“Há dois anos temos acompanhado a entrada constante da pessoa física na renda variável, e estamos desmistificando a história de que as pessoas precisam de muito dinheiro para investir. As pessoas físicas estão cada dia mais na renda variável e os valores investidos não são altos”, indicou Paiva
O volume de recursos acumulados hoje por pessoas físicas chega a R$ 260 bilhões, o que representa um aumento de 30% referente ao mês de março de 2017.
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Ademais, de acordo com a pesquisa, as regiões brasileiras responsáveis pelos maiores números de investidores pessoa física são:
- Sudeste;
- Sul;
- Distrito Federal.
Por fim, o diretor de Inteligência de Mercado da companhia indicou que “trazer a pessoa física para a bolsa, contribui para que o mercado de capitais brasileiro seja mais forte e resiliente e o trabalho conjunto que vem sendo feito pela B3 e pelos agentes de mercado indicam que estamos dando passos importantes”.