O BTG Pactual manteve recomendação neutra para as ações da B3 (B3SA3) após as projeções divulgadas na semana passada. Segundo o banco, as estimativas da B3, exceto pela orientação de distribuição de lucros, ficaram abaixo do esperado.
Segundo o BTG, os desembolsos totais (despesas ajustadas + capex + despesas vinculadas à receita) estão 5% acima das projeções dos analistas do banco, sugerindo um crescimento anual de cerca de 5%.
As despesas de capital para 2024 permanecem estáveis em relação ao ano anterior, mas elevadas em 30% comparado ao modelo do BTG, que esperava uma redução nos investimentos.
No lado positivo, a estimativa de distribuição de 105% (média) aos acionistas da B3 do lucro líquido em 2024 é maior do que os 90% projetados pelo BTG.
De acordo com a equipe do BTG, apesar de uma melhora recente, os volumes de ações e a velocidade de giro ainda estão fracos.
“As despesas estão aumentando após um primeiro semestre de 2023 melhor do que o esperado, e o potencial fim do Juros Sobre Capital Próprio (JCP), que consideramos a partir de 2025, provavelmente afetará a B3 mais do que seus “pares” no mercado de capitais“. citam os analistas.
No entanto, o BTG destaca as vantagens competitivas da B3, como líder do segmento operacional e sua diversificação. Além disso, as margens fortes e uma máquina de gerar caixa.
Atualmente, as ações estão sendo negociadas em cerca de 16 vezes o P/E (preço/lucro) de 2024 e 2025. A recomendação do banco é neutra para os papéis da B3, com preço-alvo de R$ 14. A ação fechou o Ibovespa hoje em alta de 2,88%, cotada a R$ 13,98.
B3 quer distribuir até 120% do lucro em 2024
A B3 (B3SA3) planeja distribuir aos acionistas entre 90% e 120% do lucro líquido em 2024. A B3 reafirmou também a previsão anterior de distribuir entre 110% e 140% do lucro líquido deste ano.
A operadora da bolsa de valores prevê investimentos no próximo ano na faixa de R$ 200 milhões a R$ 280 milhões. A B3 projetou desembolsos totais entre R$ 2,6 bilhões e R$ 2,940 bilhões.
Dentro desse montante, as despesas ajustadas no negócio principal devem ficar entre R$ 2,140 bilhões e R$ 2,320 bilhões. As despesas relacionadas ao faturamento devem oscilar entre R$ 260 milhões e R$ 340 milhões.
A companhia também estimou depreciação e amortização de R$ 570 milhões a R$ 630 milhões para 2024, quando espera atingir uma alavancagem financeira de 2,0 vezes, medida pela relação entre dívida bruta e Ebitda recorrente.
Recompra de ações
Além dessas projeções, a B3 aprovou um programa de recompra de até 230 milhões de ações, com prazo máximo de aquisição de 365 dias corridos a partir de 1º de março de 2024, encerrando em 28 de fevereiro de 2025.
O objetivo é combinar recompras de ações B3SA3 e distribuições de proventos para retornar capital aos acionistas.
As ações adquiridas serão canceladas ou utilizadas para a execução de planos aprovados pela Assembleia Geral da B3.
Desempenho das ações
Na tarde desta segunda-feira (11), as ações da B3 sobem 2,66%, cotadas em R$ 13,90.