B3 (B3SA3): Goldman Sachs vê ação descontada, mas reduz preço-alvo; entenda a tese do banco
As ações da B3 (B3SA3) estão com preço descontado, segundo os analistas do Goldman Sachs. Apesar disso, o banco não vê um catalisador positivo no curto prazo para impulsionar os ativos, enquanto as taxas de juros altas pressionam as negociações.
Nessa perspectiva, o Goldman Sachs reduziu o preço-alvo de B3SA3 para R$ 13,00 (antes R$ 14,00), mantendo a classificação “neutra”.
“As ações da B3 estão sendo negociadas a 13,4x lucro por ação estimado para 2024, 23% abaixo de sua média histórica de 17,4x, mas acima da mediana dos financeiros brasileiros [exceto bancos], que é de 12,4x”, diz relatório do Goldman Sachs.
Projeções para B3 (B3SA3) em 2024
Com a queda nas negociações da operadora da Bolsa de Valores do Brasil, a estimativa de lucro líquido da B3 pelo GS foi reavaliada com um corte de 3%, para R$ 4,6 bilhões no ano. A redução nas negociações foi de 6%, para R$ 25,3 bilhões.
“No entanto, observamos que o volume diário médio negociado no 2T24 está em R$24,4 bilhões, ligeiramente acima de R$23,6 bilhões, e deve se beneficiar de mais dias de negociação do que no 1T24, sustentando uma modesta recuperação nas receitas,” assinam Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Lindsey Shema, analistas do banco.
Além disso, espera-se que a empresa também diminua as despesas em 5% no ano, em linha com a extremidade inferior da orientação.
Assim, a margem EBITDA melhora para 71,4% em relação a 70,9% anteriormente.
“Também reduzimos nossa estimativa de lucro líquido para 2025 em 5% para R$5,1 bilhões e para 2026 em 5% para R$5,6 bilhões,” assinam Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Lindsey Shema, analistas do banco.
Segundo a administração da companhia, em coletiva após divulgação dos resultados, apesar dos recentes cortes de taxa no Brasil, o cenário ainda é desafiador para o negócio de ações à vista.
Por outro lado, os mercados de derivativos listados e de balcão podem continuar se saindo bem.
Além disso, a distribuição de dividendos da B3 e juros sobre capital próprio pode sofrer alterações, a depender de outros investimentos da companhia.
“Embora a avaliação esteja com um desconto significativo em relação aos níveis históricos e aos concorrentes globais, não vemos um catalisador positivo no curto prazo, especialmente com o risco de taxas mais altas por mais tempo,” afirma relatório do Goldman Sachs.
Ações da B3 podem disparar? Entenda o cenário
Segundo o relatório do GS, as ações B3SA3 podem alcanças melhores níveis caso haja um crescimento do volume acima do esperado ou uma recuperação mais rápida nos mercados de crédito impulsionando a unidade de valores mobiliários e o crescimento mais forte nas vendas de veículos.
Por outro lado, os papéis também podem desvalorizar ainda mais, se o crescimento do volume de negociações for mais lento do que o esperado, com risco de competição e litígios relacionados ao goodwill e contingências legais em moeda estrangeira.
Nesta segunda-feira (13), os papéis da B3 tornam a subir 2,10% por volta das 12h40 de Brasília, ainda recuperando as perdas da semana anterior (-4,70%). Neste ano, as ações da bolsa de valores já acumulam mais de 21% de queda.