A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) (B3SA3) irá aposentar o tradicional telão que apresenta as cotações das ações no prédio localizado no centro da cidade.
No local, será instalado um telão novo, totalmente reformulado, com tecnologia mais avançada. Apesar das alterações na estrutura, a B3 informou que as operações não sofrerão qualquer tipo de alteração.
Além disso, oito artistas irão disputar duas vagas para reformular o espaço e apresentar novas obras que irão decorar o local.
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O espaço ficará aberto até 30 de outubro, quando irá fechar para reforma, e deverá ser reaberto ao público em abril do ano que vem. O local também é utilizado para eventos e aberto a visitação.
A B3 terá também um local para que os visitantes simulem a abertura de capital de uma empresa, um centro de memória do mercado e um café.
Do pregão de pedra ao de led
Nos anos 1970, o local contava com uma lousa onde era anotado a giz por funcionários todas as operações de compra e venda dos papéis. Esse pregão foi logo apelidado como “pregão da pedra”.
Na década seguinte, com as operações sendo combinadas já por telefone, o pregão passou a ser o viva-voz. Esse sistema durou até 2005, quando a B3 passou a realizar as operações de forma eletrônica.
O espaço dos leilões viva voz foi mantido para visitação e eventos até agora, quando passará por reformas.
A B3 é a responsável pela bolsa de valores no Brasil. Além disso, incorpora também a bolsa de mercadorias e futuros, além da Cetip, uma instituição de custódia de títulos públicos e privados.
Credit Suisse confiante nas ações da B3
Os papéis da B3 devem ter espaço para crescimento conforme o volume em renda variável aumente. A informação foi divulgada pelo Credit Suisse em um relatório enviado a seus clientes no final de setembro.
Daniel Sonder, diretor financeiro da Bolsa de Valores de São Paulo, esteve com os analistas do banco, onde pôde apresentar as perspectivas da Bolsa.
“A administração é muito otimista sobre as perspectivas dos volumes de ações e vê uma mudança estrutural no mercado local, com uma mudança significativa de renda fixa em ações, maior participação de fundos de investimento e pessoas físicas. Destacando um estudo da Anbima, há uma oportunidade para a alocação em ações da indústria local de gestores de ativos local dobrar de 8 a 10% para 20%” apontaram os analistas.
B3 aguarda privatizações
As ofertas secundárias (follow on) das participações do do governo em empresas estatais e privadas, as ofertas primárias (IPO), principalmente no setor de infraestrutura, representam bons indicadores de que o volume médio negociado no curto prazo e no longo prazo pode ser elevado.
O potencial de desinvestimento de empresas de private equity também é um indício de que a preferência passará a ser pela renda variável.
“Pensando em uma tendência de longo prazo, o free float (parte das empresas negociadas em Bolsa) para o valor de mercado ainda é baixo no Brasil em relação aos padrões internacionais. Há espaço para redução nas participações de controle das empresas brasileiras e, cada vez mais, os acionistas controladores estão aceitando a ideia de controlar suas empresas com participação de 30% a 40% em vez de acima de 50%”, salientou o relatório do banco.
O Credit Suisse mantém a recomendação “outperform” para as ações da B3, com um preço alvo de R$ 48,00.