Azul (AZUL4) encolhe 60% do segmento internacional em dois anos
Eduardo Vargas
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A Azul (AZUL4) divulgou os dados referentes às prévias dos seus resultados trimestrais, com os dados de tráfego do mês de dezembro de 2021. No acumulado mensal, a aérea registrou uma alta de 21% no tráfego doméstico de passageiros (RPK) em comparação ao mesmo período de 2019, dois anos atrás, enquanto o tráfego internacional encolheu 60%.
Ou seja, no somatório, houve uma queda de cerca de 2% no acumulado do RPK da Azul.
“Estes resultados de tráfego do mês de dezembro mantiveram a tendência observada no quarto trimestre de 2021, com forte desempenho na receita nos segmentos de lazer e corporativo. Embora seja cedo para determinar o impacto da variante omicron no Brasil, nossos resultados nos dão confiança nas vantagens competitivas do nosso modelo de negócio e em nossos planos para 2022”, afirma John Rodgerson, CEO da Azul.
A companhia já teve um impacto notável no segmento internacional por conta das restrições de mobilidade devido às contenções sanitárias – que agora se estendem para o mês de janeiro a fim de evitar a disseminação de doenças virais.
Recentemente, a aérea confirmou ao mercado, após vazamento de comunicado interno aos funcionários na manhã desta quinta (6), que o aumento do número de casos de Covid-19 e influenza entre os empregados gerou um impacto em 10% dos voos programados para janeiro, obrigando a empresa a realizar ajustes para continuar operando.
A Azul não informou, porém, o número de cancelamentos nem se houve redução dos passageiros transportados.
“Nos últimos dias, começamos a ser afetados por um alto número de dispensas médicas, tanto no grupo de voo quanto em nossos times de solo. Por conta disso, nossos próximos dias serão mais desafiadores”, diz o trecho do documento enviado aos funcionários da Azul e assinado pelo presidente da empresa, John Rodgerson.
As dispensas vêm ocorrendo por conta das medidas sanitárias, que exigem que funcionários com sintomas de gripe fiquem isolados. A cautela por parte da companhia vem em meio a uma alta de casos que se iniciou na Europa, que teve os primeiros lockdowns desta onda, conforme reportado pelo Suno Notícias.
O texto da Azul também destaca que o número alto de dispensas médicas “está afetando diversos setores da economia, não só no Brasil, mas em outros países”.
Em um outro comunicado interno da Azul, anteriormente, havia a informação de que ao menos 17 voos tiveram redução no número de passageiros em razão da falta de tripulantes.
Em 12 voos com aeronaves Airbus A320 foi disponibilizado o número máximo de 150 passageiros, ante 174 lugares de capacidade total do modelo. Em outros cinco voos com os modelos Embraer E-195, a ocupação estabelecida foi de 100 passageiros, ante capacidade do avião para 118.
Companhia teve imbróglio com voos
A empresa informou que os clientes impactados estão sendo notificados das alterações nos voos e serão reacomodados em outros voos da companhia, além de receber a assistência prevista nesses casos pela autoridade, no caso, a Agência Nacional de Transporte Aéreo (Anac).
Segundo a normativa, deve-se avisar os passageiros com 72 horas de antecedência, oferecer alternativas de reacomodação ou reembolso integral.
“A Azul informa que por razões operacionais alguns de seus voos do mês de janeiro estão sendo reprogramados. A companhia registrou um aumento no número de dispensas médicas entre seus tripulantes e tem acompanhado o crescimento do número de casos de gripee Covid-19 no Brasil e no mundo para poder tomar as medidas necessárias.”
“Os clientes impactados estão sendo notificados das alterações e serão reacomodados em outros voos da própria companhia, além de receber toda a assistência necessária conforme prevê a resolução 400 da Anac.”
Em caso análogo, a Gol (GOLL4), uma das principais concorrentes do setor, emitiu comunicado interno aos comissários sobre a necessidade de medidas de proteção contra o vírus da influenza e Covid-19.
“Precisamos muito fazer a nossa parte tomando todas as medidas necessárias para nos proteger”, diz texto em uma rede interna da companhia obtido pelo G1 e anterior ao caso recente da Azul.