Azul (AZUL4) tem prejuízo de R$ 918,2 milhões no quarto trimestre mas aponta melhora do cenário
A Azul (AZULL4) teve no quarto trimestre de 2020 um prejuízo líquido ajustado de R$ 918,2 milhões, revertendo o lucro de R$ 411,2 milhões auferidos no mesmo período de 2019. No ano, o prejuízo líquido ajustado da aérea foi de R$ 4,6 bilhões. Já o não ajustado foi de R$ 10,1 bilhões, o maior de toda a história.
Apesar disso, a companhia apontou que houve uma melhora no cenário do setor. “A recuperação da demanda doméstica no Brasil continua sendo uma das mais aceleradas do mundo”, diz no documento.
A receita líquida da companhia caiu 45,1% na base anual, saindo de R$ 3,25 bilhões para R$ 1,78 bilhão. Na comparação dos consolidados dos últimos dois anos da Azul, a queda foi de 53,3%, saindo de R$ 10,9 bilhões em 2019 para R$ 5,8 bilhões em 2020.
A Azul destaca, ilustrando a recuperação do mercado, que houve alta da receita na base trimestral, que foi de R$ 805,3 milhões entre julho e setembro para R$ 1,8 bilhão entre outubro e dezembro, avanço de 121,5%, sinalizando uma recuperação.
No quarto trimestre de 2020, a demanda por assentos saltou 105,2% na comparação com o terceiro trimestre, alcançando 5,2 milhões. A oferta saltou 99,1%, chegando a 6,4 milhões.
O Ebitda ajustado da Azul no quarto trimestre foi de R$ 192,9 milhões, muito menor do que o R$ 1,22 bilhão registrados no mesmo período de 2019, mas revertendo o prejuízo de R$ 258 milhões do terceiro trimestre de 2020. A margem Ebitda no consolidado do ano foi de 4,6%, ante 31,7% em 2019.
Gastos da Azul avançam com desvalorização do real
A despeito da crise, a Azul viu seus custos e despesas operacionais crescerem 35,6% no acumulado de 2020 na comparação com o ano anterior e 17,2% no último trimestre ao confrontar os números com o mesmo período de 2019.
Os menores gastos com combustível, que caiu 45,8% na base anual, com salários, que retrocederam 16,6%, com tarifas aeroportuárias, que diminuíram 24,8%, e outros, não foram suficientes para conter o impacto da desvalorização do real de 31,2% no ano no balanço da Azul.
As despesas financeiras líquidas da Azul mais do que dobraram na comparação do quarto trimestre de 2020 com o mesmo período de 2019, chegando a R$ 852,8 milhões. No ano, as despesas financeiras avançaram 85,8%, chegando R$ 2,47 bilhões.
A Azul termina 2020 com um dívida líquida de R$ 12,2 bilhões, crescendo 14,1% na base anual, mas retrocedendo 16,9% na comparação com o terceiro trimestre, e com R$ 3 bilhões em caixa. Em parte, a diminuição da dívida nos últimos três meses do ano foi impulsionada por uma leve valorização da moeda brasileira ante o dólar.