A Azul estuda fazer uma oferta para comprar a Avianca Brasil, que teve o pedido de recuperação judicial aprovado nesta quinta (14).
O fundador e presidente do conselho da Azul, David Neeleman, disse ao jornal Valor Econômico que “analisa a possibilidade no curto prazo”. Conforme o executivo, a compra da Avianca Brasil seria feita com dinheiro disponível em caixa.
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Com uma dívida de R$ 493,9 milhões, a Avianca Brasil é controlada pela Synergy Group, dos irmãos José e Germán Efromovich. O maior credor da companhia é a Petrobras, a quem ela deve R$ 60,7 milhões. Então, vêm o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (R$ 49,9 milhões), GE Celma (R$ 48,5 milhões) e Pratt & Whitney (R$ 28,9 milhões).
Neeleman disse estar disposto a fazer algo que seja melhor para a Azul e os credores da Avianca. “Quanto uma empresa entra em recuperação judicial, tem uma dívida alta e recursos insuficientes. Não sabemos se [os controladores] querem vender, mas, se quiserem, vamos olhar os números”, afirmou.
A Azul está interessada nos slots que a Avianca Brasil possui nos principais aeroportos do País (Guarulhos, Congonhas, Santos Dumond). Obter os espaços de tempo para decolagem e aterrissagem permitiria expansão importante para a compradora.
O pedido de recuperação judicial da Avianca Brasil
A Justiça aceitou na última quinta (13) o pedido de recuperação judicial protocolado pela Avianca Brasil na segunda-feira (10). O pedido foi acolhido pelo juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi.
Empresas arrendadoras de aeronave pediram a retomada de 14 aviões, em uma negociação que envolve dívidas de R$ 500 milhões, conforme executivos da Avianca.
Com a aceitação do pedido de recuperação judicial, portanto, a companhia aérea segue com as operações preservadas. No pedido judicial, a empresa disse que caso a reintegração de posse dos aviões fosse concretizada, representaria uma redução aproximada de 30% da frota. “[A reintegração de posse] Inviabilizará o atendimento aproximado de 77 mil passageiros entre 10 e 31 de dezembro que adquiriram as passagens aéreas”.
A Avianca Brasil perdeu três aeronaves dias antes de entrar com o pedido de recuperação judicial. No entanto, a empresa disse que manteve o controle de toda a frota.
A abertura de capital das companhias aéreas
Nesta quinta, o presidente Michel Temer assinou medida provisória que permite a estrangeiros adquirirem até 100% das companhias aéreas brasileiras. O limite anterior era de 20%.
A medida abre, assim, espaço para a formação de grupos de investidores estrangeiros interessados em assumir o controle de companhias aéreas do País. Esperava-se haver empresários nacionais com interesse no negócio, mas isso não se cumpriu.