A Azul anunciou que retirou a oferta feita para a compra de parte das operações da Avianca Brasil. A companhia aérea acusou as rivais do setor, Gol e Latam, de agirem para evitar a concorrência na ponte aérea São Paulo-Rio de Janeiro.
O presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, fez o anúncio no Palácio dos Bandeirantes. Rodgerson informou também sobre uma nova rota de operações em Araraquara e no Guarujá (SP).
A decisão acaba com um acordo de US$ 105 milhões feito pela Azul para compra de ativos da Avianca. Logo depois do acordo não vinculante, as duas principais rivais anunciaram ofertas de US$ 70 milhões pelos ativos.
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Para John Rodgerson, a atuação protecionista das companhias aéreas causa prejuízos ao consumidor que precisa viajar do trecho que parte de Congonhas para o Rio de Janeiro.
Recuperação judicial
A Avianca é a quarta maior companhia aérea do Brasil e está em recuperação judicial desde 2018. O pedido foi registrado na 1ª Vara Empresarial de São Paulo em 10 de dezembro, após crescentes prejuízos e atrasos em pagamentos de arrendamento de aeronaves.
Três empresas de leasing já pediram restituição de aviões por conta da falta de pagamento. A companhia aérea tinha assegurado que nenhuma das operações seriam afetadas, mesmo com o processo de recuperação judicial
Por causa da falta de pagamento, os credores apresentaram recursos para a Anac. A agência recebeu pedidos por retirar as aeronaves operadas pela empresa do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).
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Em caso de calote, as empresas donas das aeronaves podem pedir o cancelamento das matrículas dos aviões. Isso porque a falta de pagamento por parte da Avianca seria um descumprimento da Convenção da Cidade do Cabo.
No começo de Janeiro, a Anac anunciou o cancelamento de dez matrículas de aviões operados pela Avianca após pedido da GE Capital Aviation Services (Gecas), dona das aeronaves.
A Gecas pedia para suspender o registro de dez aeronaves Airbus A320 usadas pela Avianca Brasil em operação de voos. A Gecas é uma empresa de leasing dona das aeronaves, com a qual a companhia aérea tinha um contrato para os 10 aviões.
Menos 612 voos na Páscoa
A Avianca Brasil reduziu seus voos de 987 na Páscoa de 2018 para 375 no feriado deste ano que começa na sexta-feira (19). A redução é de 62%.
Os dados refletem a situação atual da Avianca. A companhia já cancelou mais de 250 voos até o próximo sábado (20). O levantamento de comparação do feriado de Páscoa foi feito pelo G1 com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
De acordo com a agência, a frota de aviões da Avianca será reduzida até segunda-feira (22). A aérea brasileira terá que devolver oito aeronaves. De acordo com o órgão, a devolução ocorrerá aos poucos para “mitigar os efeitos para os passageiros”.
Demanda Azul
E março, o tráfego de passageiros da Azul cresceu 15,6%. Se não fosse a desistência da operação, a aérea praticamente dobraria sua presença no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
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