A Azul (AZUL4) divulgou, na manhã desta segunda-feira (11), as informações de tráfego referentes ao mês passado. A demanda total por voos da companhia, em RPK (indicador que traduz a porcentagem de passageiros por quilômetro transportado), recuou 90%, em comparação a abril de 2019.
A capacidade, ou seja, a redução de oferta, segundo a Azul, foi reduzida em 87,7%. Isso fez com que a ocupação total caísse para 68,8%, ante 84,4% durante o mesmo período do ano passado.
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Dentre os mercados da Azul, a taxa de ocupação no mercado doméstico, de acordo com a companhia, foi de 69,8%, enquanto no mercado internacional foi de 64%. Em abril do ano passado, as taxas foram de 83,7% e 86,9%, respectivamente.
“De 25 de março a 30 de abril, operamos uma malha essencial com 70 voos diretos por dia para 25 cidades, representando uma redução de 87% na capacidade doméstica comparado com o ano passado. A taxa de ocupação no mercado doméstico foi em torno de 70%, o suficiente para compensar os custos variáveis atrelados a essa malha essencial”, disse, em nota, o CEO da aérea, John Rodgerson.
“Acreditamos que estamos próximos a atingir um ponto de inflexão na demanda e esperamos retornar gradualmente nossos voos nos próximos meses”, pontuou o executivo.
Azul enfrenta o coronavírus
A Azul, assim como outras companhias aéreas e fabricantes de aeronaves, vem sofrendo com os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em todo o mundo.
Em meados do mês passado, a Azul confirmou, por meio de um comunicado, a contratação de uma equipe de consultores da Galeazzi para auxiliar a minimizar os impactos da crise. Segundo a companhia, a consultoria irá atuar nas medidas já anunciadas, como a redução da malha, corte salarial e o lançamento de um programa de licença não remunerada, que conta com adesão de 10 mil tripulantes.
“Nos últimos 11 anos, nós criamos um sustentável modelo de negócio, que possui uma vantagem competitiva única e de longo prazo. Nosso foco agora é aproveitar ao máximo essa vantagem competitiva e otimizá-la para o mundo pós-COVID-19, para que sejamos ainda mais eficientes, flexíveis e bem posicionados para aproveitar as oportunidades futuras”. disse o diretor financeiro da Azul, Alex Malfitani.
Na noite do último domingo (10), a Avianca Holdings, centenária e segunda maior companhia aérea da América Latina, apresentou seu pedido de recuperação judicial em Nova York. Segundo a agência de notícias “Reuters”, a dívida da empresa está estimada entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões.
Confira: Avianca pede recuperação judicial em meio à crise do coronavírus
A Avianca sentiu o peso das medidas de isolamento social, com o intuito de mitigar a disseminação do coronavírus. Cerca de 80% da receita foi perdida desde março, o que faz com que seus 20 mil funcionários estejam sem receber seus salários deste então.
Segundo a Bain & Company, gigante norte-americana do ramo de consultorias, o setor aéreo deverá sofrer os impactos negativos em sua cadeia, causados pela pandemia, até ao menos o fim de 2023, e com a Azul não deverá ser diferente.