A Azul (AZUL4) registrou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no primeiro trimestre de 2021, caindo 58,5% na comparação com o resultado amargado no mesmo intervalo de 2020 e revertendo os R$ 538,2 milhões de lucro líquido registados no fim de 2020.
A companhia aérea continua sentindo os efeitos negativos causados pela pandemia da covid-19: a receita líquida da Azul ficou em R$ 1,8 bilhão entre janeiro e março deste ano, ante R$ 2,8 bilhões no ano passado. Na comparação trimestral, porém, a companhia viu seu faturamento avançar 2,4%, mesmo com a pandemia da Covid-19 recrudescendo no Brasil a partir de fevereiro deste ano.
“Somente nos últimos quatro meses, o volume de reservas aumentou mais de 40% e esperamos que essa tendência acelere com o avanço da vacinação”, diz a Azul no documento publicado na manhã desta quinta-feira (6).
O ASK (assentos-quilômetro oferecidos), que mede a oferta da Azul, foi de 7,1 bilhões, ante 6,45 bilhões no fim do ano passado. O RPK (receita de passageiro por quilômetro) foi de 5,4 bilhões, ante 5,2 bilhões no fim de 2020.
A companhia destaca também para a melhora do seu setor de transporte de cargas. “A Azul Cargo registrou um crescimento de 62,8% na receita líquida comparado ao mesmo período no ano passado, devido principalmente à nossa malha única e nossas variadas opções de serviços em logística”, afirma.
Os custos ajustados da Azul melhoraram no trimestre, com o custo por ASK ficando em R$ 0,285, ante R$ 0,299 entre outubro e dezembro, queda de 4,7%, com menores gastos com combustível e variações cambiais.
A Azul diminuiu também, na base trimestral, seus gastos com salários e benefícios, que caíram 1,1%, ficando em R$ 414,5 milhões, com publicidade, retrocedendo 17,1%, para R$ 86,1 milhões, e com manutenção e reparos, que recuaram 21,3%, para R$ 93,9 milhões.
Mesmo assim, o total de custos e despesas operacionais ficou em R$ 2,03 bilhões, avanço de 5,9% na base trimestral, com o maior número de voos.
Sem amortização e depreciação, resultado operacional da Azul foi positivo
O resultado operacional da Azul, conseguido entre a subtração dos gastos da receita, ficou negativo em R$ 245,9 milhões. Sem os gastos com amortização e depreciação, porém, o resultado seria positivo em R$ 97,8 milhões – valor do Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia.
Ao prejuízo da Azul, soma-se o resultado financeiro negativo em R$ 2,4 bilhões, com os custos com despesas financeiras ficando em R$ 860,2 milhões, alta de 96,2% na base anual e 0,9% na trimestral, e as variações cambiais custando R$ 1,6 bilhões.
A Azul termina o primeiro trimestre de 2021 com uma dívida líquida de R$ 14,9 bilhões, ante R$ 12 bilhões no mesmo período do ano passado e R$ 16,9 bilhões no fim de 2020. A dívida líquida caiu mesmo com a dívida total aumentando em 11% na comparação com o fim de 2020, para R$ 19,4 bilhões, variação explicada, segundo a empresa, pela desvalorização do real. Isso porque a companhia aérea elevou seu caixa para R$ 4,4 bilhões, ante R$ 3,4 bilhões no fim do ano passado.