Azul (AZUL4): Qual o tamanho da dívida da empresa?
A Azul (AZUL4) figura na ponta negativa do Ibovespa nesta quinta-feira (29), com rumores de uma recuperação judicial ou oferta de ações como caminhos para a companhia sanar problemas relativos ao seu endividamento.
Atualmente a dívida da Azul está na casa dos bilhões de reais.
Conforme o resultado trimestral mais recente, referente ao segundo trimestre de 2024 (2T24), a dívida bruta da Azul é de R$ 28,1 bilhões – representando um crescimento de 15% ante os R$ 24,3 bilhões vistos ao fim do trimestre imediatamente anterior.
No caso da dívida líquida da AZUL4, a companhia soma R$ 24,6 bilhões, crescimento de 18% ante os R$ 20,8 bilhões vistos no fim do 1T24.
“Em comparação com o 1T24, a dívida bruta aumentou R$3.722,6 milhões para R$28.106,7 milhões, principalmente devido à depreciação de 11,7% no final do período do real em relação ao dólar americano no trimestre, resultando em um aumento nos passivos de arrendamento e empréstimos denominados em moeda estrangeira, além da emissão de debêntures locais, parcialmente compensados pelo nosso processo contínuo de desalavancagem com R$ 1,5 bilhão em amortização de dívidas e arrendamento”, disse a empresa.
“Em 30 de junho de 2024, o vencimento médio da dívida da Azul excluindo passivos de arrendamento e debêntures conversíveis era de 4,1 anos, com uma taxa de juros média de 11,0%. A taxa média de juros das obrigações denominadas em moeda local e em dólar era equivalente a CDI +4% e 10,5%, respectivamente”, completou, em seu release de resultados do 2T24.
Olhando para a alavancagem da Azul, a sua dívida líquida é 4,5x maior do que seu lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).
Com isso, a companhia mostrou um crescimento de 0,8x ante a alavancagem do trimestre anterior que era de 3,7x o Ebitda.
Esse movimento foi atrelado, pela gestão, principalmente devido à desvalorização do real no período em relação ao dólar americano, que impactou a dívida denominada em dólar.
Segundo a companhia aérea, considerando a taxa de câmbio de R$5,00 no final do período, o índice de alavancagem da Azul seria de 3,75x, estável em relação ao 1T24.
Olhando para o caixa, a empresa teve uma queima de 1% do seu valor entre o primeiro e o segundo trimestre de 2024, saindo de R$ 3,51 bilhões para R$ 3,47 bilhões.
João Daronco, analista CNPI da Suno Research, comenta que a dinâmica de custo e receita das companhias do setor sofre por conta da influência do câmbio – tal como o perfil de endividamento.
“Uma companhia brasileira tem suas receitas atreladas ao real, por conta de passagens aéreas, serviços e outros, entretanto os custos são em dólar, em grande parte, a exemplo do combustível, que é dolarizado. Quando o dólar sobe ante o Real, você tem um aumento significativo de custos enquanto as receita ficam estagnadas”, explica.
“Além disso, o perfil de dívida das companhias aéreas geralmente é em dólar – ou seja, quando o dólar sobe a dívida sobe junto”, completa.
Ações da Azul caem 60% em 2024
Com a queda registrada nesta quinta (29), as ações da Azul recuam 28% no acumulado dos últimos 30 dias.
Desde o início do ano de 2024, os papéis da Azul já somam uma desvalorização de 61%, sendo negociados abaixo de R$ 6 atualmente.
Cotação AZUL4