Azul (AZUL4): Ebitda supera expectativas, mas alavancagem ainda é elevada; confira análises

Após a Azul (AZUL4) divulgar o balanço do primeiro trimestre deste ano (1T24), reportando prejuízo ajustado de R$ 324,2 milhões, o que representa uma queda de 55,4% na comparação anual, o Itaú BBA e a XP Investimentos dizem, nesta segunda-feira (13), que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia aérea superou as expectativas, mas apontam para os níveis elevados de alavancagem da empresa.

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No último trimestre, esse indicador alcançou a marca de R$ 1,4 bilhão, o que representou uma superação das expectativas em 8%, conforme o BBA.

Para os analistas do banco, a Azul (AZUL4) demonstrou uma expansão consistente do yield (rendimento), mesmo com a queda nos preços do combustível e um cenário FX favorável (mudanças de taxas de câmbio). Além disso, o crescimento do Ebitda de 37% em relação ao ano anterior e a margem de 30% foram destacados como indicadores de lucratividade excepcional no período.

O relatório também ressalta o desempenho consistente da receita e a redução do Cask da Azul, que representa o custo total incorrido por uma companhia aérea para transportar um assento por um quilômetro voado.

A XP Investimentos também destaca o desempenho operacional forte, com um Ebitda de R$ 1,4 bilhão, um aumento de 37% em relação ao ano anterior. Para os estrategistas, a empresa apresentou uma demanda recuperada, com destaque para o crescimento da demanda doméstica e um yield médio positivo.

A redução do Cask e a margem de 30% foram citadas como pontos positivos pelos analistas da XP. “Além disso, a empresa sinaliza um desempenho operacional positivo à frente, implicitamente apoiado pela manutenção do seu guidance de Ebitda de R$ 6,5 bilhões para o ano fiscal de 2024”.

Ambos os relatórios apontam para os níveis elevados de alavancagem da Azul, com a dívida líquida/Ebitda permanecendo em 3,7x. O Itaú BBA observa que, apesar da melhoria do Ebitda LTM (calculado ao longo dos últimos doze meses), parte da deterioração da dívida líquida não foi compensada. “A dívida líquida relatada aumentou de R$ 19,4 bilhões no 4T23 para R$ 20,9 bilhões no 1T24, parcialmente explicada por uma depreciação de 1,6% no BRL no 1T24”, diz o banco.

A XP Investimentos também menciona os níveis de alavancagem elevados como um ponto negativo no balanço do 1T24 da Azul, além de destacar a pressão nos níveis de liquidez e o consumo de caixa durante o trimestre.

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Azul (AZUL4) registra receita líquida global de R$ 4,678 bilhões e liquidez total de R$ 6,0 bilhões

A receita líquida global da Azul no quarto trimestre de 2024 (1T24) atingiu R$ 4,678 bilhões, marcando um aumento de 4,5% em relação ao ano anterior, devido a um ambiente de demanda saudável, robustas receitas auxiliares e o crescimento de outras áreas de negócios, relatou a Azul.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no trimestre inicial totalizou R$ 1,415 bilhão, comparado a R$ 1,030 bilhão no mesmo período de 2023.

A Azul destacou que a margem Ebitda da companhia cresceu 7,2 pontos percentuais em relação ao ano anterior, alcançando 30,3%, estabelecendo um novo recorde para o primeiro trimestre e classificando-se como uma das mais altas do mundo.

As despesas operacionais da Azul totalizaram R$ 3,877 bilhões, apresentando uma redução de 3,4% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Isso foi atribuído principalmente à queda de 19,1% no preço do combustível, parcialmente compensada pelo aumento de 2,6% na capacidade de passageiros, a inflação de 3,9% no período e os investimentos para suportar o crescimento e otimizar a disponibilidade da frota, segundo a Azul.

A empresa encerrou o trimestre com uma liquidez total de R$ 6,0 bilhões, incluindo investimentos, recebíveis de longo prazo, depósitos de segurança e reservas de manutenção.

A liquidez imediata em 31 de março de 2024 foi de R$ 2,7 bilhões, representando um aumento de 50,8% em relação ao primeiro trimestre de 2023 e equivalente a 14,4% da receita da Azul dos últimos doze meses. Isso ocorreu apesar de uma sazonalidade de caixa desfavorável e dos pagamentos de mais de R$ 1,8 bilhão em amortização de dívidas, juros e postergações, destacou a empresa.

A alavancagem da Azul, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda dos últimos doze meses, reduziu 1,4 ponto percentual em relação ao ano anterior, de 5,2 vezes para 3,7 vezes.

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Murilo Melo

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