Nas últimas semanas, a ação da Azul (AZUL4) vem sofrendo no Ibovespa, em linha com a possibilidade da empresa buscar uma recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11). Nessa esteira, o JP Morgan fez um corte brusco no preço-alvo para a aérea.
A casa manteve recomendação neutra para as ações da Azul (AZUL4), mas reduziu o preço-alvo de R$ 19 para R$ 8,50. O corte foi de 55%, mas ainda representa um potencial de alta de 109% diante do fechamento da última segunda-feira (09).
O JP Morgan acredita que a empresa está em um ponto crítico, uma vez que depende da renegociação do instrumento de capital que constitui sua obrigação de arrendamento, no valor aproximado de US$ 50 milhões.
Caso a aérea e seus arrendadores encontrem uma solução definitiva, que pode envolver uma diluição de capital, a casa acredita que a aérea possa iniciar um novo capítulo, uma vez que as negociações para outras alternativas de liquidez com os detentores de títulos seriam mais favoráveis.
Assim, as alternativas incluiriam um aporte privado na ordem de US$ 200 milhões e um novo título oferecendo o negócio de carga como garantia.
No entanto, os analistas afirmam que a falha em alcançar um acordo com os arrendadores aumenta probabilidade de um pedido de recuperação judicial da Azul.
Para o JP Morgan, o primeiro e mais importante passo é renegociar o instrumento de capital de cerca de US$ 550 milhões acordado no ano passado com os arrendadores.
De acordo com o arranjo atual, a companhia deveria emitir um certo número de ações a cada trimestre, a um valor de R$ 36 por papel como referência, ou então pagar o equivalente em dinheiro.
Contudo, como as ações da Azul estão negociando bem abaixo desse valor, a companhia busca alternativas para evitar uma diluição excessiva de capital.