Gol (GOLL4) lidera altas e Azul (AZUL4) também decola no Ibovespa; saiba os motivos

As ações preferenciais de Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) fecharam em alta nesta quarta-feira (13), após dia de queda na véspera, em um movimento que os analistas chamam de “sell-off” entre as empresas do setor aéreo, puxado pela alta do petróleo.

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No fechamento, os papéis da Azul avançaram 8,66%, a R$ 19,55. Na semana, as ações caem mais de 4%.

Cotação AZUL4

Gráfico gerado em: 14/06/2023
5 Dias

Já as ações da Gol lideraram o Ibovespa, com alta de 11,8%, a R$ 11,18.

“Ontem tivemos um movimento de ‘sell-off’ no setor, puxado pela alta do Brent, o que tende a elevar os custos das companhias. Hoje, apesar do movimento ainda altista, tivemos um cenário de médio/longo prazo mais baixista para a commodity, o que tende a aliviar a pressão sobre esses custos para as companhias”, pontua Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.

Segundo Lemos, a melhora no cenário econômico também colabora bastante para o segmento. “A Selic mais baixa em empresas com alavancagem alta deve ajudar a melhorar as margens financeiras das empresas do setor, além de uma expectativa de melhoras nas viagens com a chegada do período de férias escolares no Brasil”, acrescenta.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo no último domingo, o CEO da Azul, John Rodgerson, reforçou que os gastos com combustíveis representam 45% do total de custos da empresa, mas que enxerga boa vontade por parte do governo em dialogar com as companhias do setor.

Na semana passada, os analistas do Citi elevaram o preço-alvo para as ações da Azul Gol negociadas na Bolsa de Nova York (Nyse), o que fez com que os papéis das duas empresas disparassem.

Os analistas Stephen Trent, Filipe Nielsen e Jay Singh elevaram o preço-alvo para os ADRs da Azul de US$ 17,00 para US$ 20,50 e os da Gol de US$ 6,75 para US$ 7,75. Em ambos os casos, eles reiteraram a recomendação de compra.

No relatório, a equipe do Citi ressaltou que a demanda por passagens das companhias aéreas brasileiras continua em crescimento, além da receita por assento, que permanece próxima a níveis recorde. Os analistas enxergam, ainda, que as pressões cambiais e os custos com combustíveis parecem estar diminuindo.

Ainda no relatório, o banco alertou para a alavancagem financeira das companhias, o que pode ser um gatilho importante para as ações, caso as empresas não consigam avançar nos planos de redução de dívida.

Gol divulga dados de tráfego em maio

Também na semana passada, a Gol divulgou os números prévios de tráfego do mês de maio de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022.

Unindo voos domésticos e internacionais, a companhia aérea registrou demanda RPK, ou passageiros-quilômetro transportados, total de 2,71 bilhões em maio, alta de 13,1% na base anual. 

A oferta ASK, ou assentos‐quilômetros oferecidos, total no período atingiu 3,57 bilhões, aumento anualizado de 14,9%. Já a taxa de ocupação caiu 1,2 ponto percentual na mesma comparação, a 76,1%.

Em relatório divulgado logo após a divulgação dos dados, os analistas Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem, do Santander, consideraram “neutros” os números da aérea. Apesar da expansão geral da capacidade, muito absorvida pelo aumento da demanda doméstica, eles observaram uma desaceleração da demanda internacional, o que levou a uma queda da taxa de ocupação total no mês

“Destacamos, ainda, as baixas compensações face a 2022, dada a variante da Covid-19 (Ômicron) nessa altura, bem como a redução da rede de rotas prevista, no contexto de picos do preço do petróleo com o conflito na Ucrânia”, apontaram.

Os analistas do Santander firmaram o preço-alvo de R$ 9,30 para as ações da companhia.

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Azul reduziu prejuízo em 10% no 1T23

Entre os meses de janeiro a março deste ano, a Azul teve um prejuízo líquido ajustado de R$ 727,6 milhões, queda de 10% ante o mesmo período do ano anterior. Segundo a empresa, o “resultado líquido foi ajustado por resultados não realizados de derivativos e taxa de câmbio”.

No comunicado de resultados, John Rodgerson, CEO da Azul, afirmou que está otimista com o futuro da companhia em 2023 e para o resto deste ano, estima que o crescimento de sua capacidade será de aproximadamente 14% ante 2022.

“Olhando para o futuro, não poderíamos estar mais animados com as tendências que estamos vendo no ambiente de demanda, combinadas com a queda acentuada nos preços dos combustíveis”. 

Na última quinta-feira (1), a companhia divulgou em fato relevante que fará uma emissão de até R$ 600 milhões em debêntures simples com prazo de um ano, com o objetivo de pagar pelo fornecimento de combustíveis da Raízen (RAIZ4). Serão emitidas 600 mil debêntures da Azul, com valor unitário de R$ 1 mil cada.

No mês de maio, as ações da Azul dispararam mais de 55%, sendo uma das que mais se valorizaram no Ibovespa no período, em meio ao cenário mais otimista esperado pelos analistas do Bradesco BBI e Itaú BBA. Entre as companhias aéreas, as duas casas demonstraram sua preferência pela Azul.

A recomendação das duas casas foi outform para as ações da Azul, o que equivale à compra. Já o Bank of America elevou sua recomendação de underperform (equivalente à venda) para neutra.

O Bradesco destacou na Azul a sua maior liquidez de caixa quando comparada aos concorrentes locais, assim como a malha aérea diferenciada da companhia. Por fim, ressaltou que a empresa pode começar suas operações em novos slots no aeroporto de Congonhas, situado em São Paulo.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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