De acordo com o portal Pipeline, do Valor Econômico, as negociações para uma fusão entre Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) voltaram a ganhar força após um período de pausa.
As conversas tinham esfriado devido à renegociação da Azul com seus credores, mas com o avanço no acordo entre a empresa e seus arrendadores, a fusão voltou ao centro das discussões nos conselhos das empresas, segundo a publicação.
O Pipeline afirma que as empresas planejam anunciar a fusão, ao menos em uma versão preliminar, ainda este ano. No entanto, os trâmites regulatórios, como a aprovação do Cade, provavelmente ficarão para o próximo ano, dado a complexidade da operação. O governo já estaria ciente das movimentações.
Enquanto isso, destaca a publicação Azul está discutindo a obtenção de um novo aporte financeiro, com crédito sendo negociado com dois grupos americanos.
A Gol, por sua vez, também avançou nas negociações sobre sua dívida no processo de recuperação judicial (RJ), mas de acordo com o Pipeline, fontes externas avaliam que a empresa está aguardando a fusão para avançar mais. O plano da Gol, segundo a publicação, é encerrar sua recuperação judicial no início do próximo ano, o que coincidiria com o andamento dos trâmites da fusão.
Após acordo, quais são os próximos passos para a Azul (AZUL4)?
A AZUL4 firmou um acordo com os seus credores, e o BTG Pactual emitiu um relatório indicando quais são os próximos passos para a companhia. Segundo os analistas, a empresa deve:
- Utilizar o programa de ajuda financeira recentemente anunciado pelo governo, que oferece linhas de crédito respaldadas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), aprovado pelo Congresso, com R$5 bilhões em crédito para o setor;
- Explorar possíveis combinações de negócios com a Abra para criar sinergias entre as empresas;
- Avançar com o programa de crescimento de capacidade no segundo semestre, com a chegada de novas aeronaves E2.
Segundo o BTG, o acordo da Azul com os arrendadores e fabricantes, que detêm cerca de 92% de suas obrigações de emissão de ações, é positivo pelos seguintes motivos:
- Reduz o risco de uma reestruturação mais profunda da dívida, como a possibilidade de um processo de Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA);
- A diluição das ações da Azul, de 22%, ficou significativamente abaixo do esperado, que poderia ter chegado a 62% em condições anteriores;
- O acordo abrange a maior parte das obrigações de emissão de ações, mitigando riscos;
- Substitui a diluição gradual de ações prevista no acordo anterior por uma diluição única, conforme havia sido orientado pela alta gestão da Azul.