Uma possível fusão da Azul (AZUL4) com a Gol (GOLL4) ganhou um novo capítulo com o avanço das negociações para um acordo com o acionista controlador da companhia aérea concorrente, segundo fontes informaram à agência Bloomberg. Após a divulgação da notícia nesta quinta-feira (18), as ações da Azul lideram as perdas no Ibovespa.
No intradia, as ações AZUL4 caem 3,44%, cotadas a R$ 10,11, após relatório do BofA, que rebaixou a recomendação da aérea de neutra para venda, reduzindo o preço -alvo das ADRs de US$ 18,90 para US$ 9,90. No mês, os papéis da Azul na B3 caem 21,24%, enquanto no ano, a queda é de 35,85%.
Cotação AZUL4
Segundo uma fonte informou à publicação, a holding Abra Group contribuiria com suas ações da Gol para a Azul (AZUL4) em troca de uma participação na companhia aérea combinada.
De acordo com outra fonte à Bloomberg, esse tipo de transação poderia atrair a Azul, porque não teria que comprometer com muito dinheiro.
Neste cenário, prossegue a agência, a Abra manteria a propriedade total de sua participação em outra companhia aérea latino-americana, a Avianca Holdings. Qualquer acordo precisaria ser aprovado pelos controladores, credores e acionistas das empresas, juntamente com os regulares, acrescenta a Bloomberg.
Azul (AZUL4) reduz prejuízo em 55% no 4T23, para R$ 270,6 milhões; veja detalhes do balanço
A Azul fechou o quarto trimestre de 2023 com prejuízo ajustado de R$ 270,6 milhões, queda de 55,7% na comparação anual, quando registrou perdas de R$ 610,5 milhões. A empresa divulgou seus resultados preliminares e não auditados do período no fim de março.
A receita líquida total da Azul chegou a R$ 5,030 bilhões no 4T23, aumento de 13,0% na comparação anual, “principalmente devido a um aumento robusto na receita de passageiros, apoiado pela forte contribuição de nossos outros negócios”, informou a Azul.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no quarto trimestre chegou a R$ 1,467 bilhão, ante R$ 1,097 bilhão registrado no mesmo período de 2022. A margem Ebitda também cresceu 4,5 pontos percentuais na comparação anual, alcançando 29,2%.
As despesas operacionais da Azul chegaram a R$ 4,147 bilhões, 5,6% acima dos R$ 3,928 bilhões registrados no 4T22, “explicado principalmente pelo aumento de 6,5% na capacidade de passageiros, pela inflação de 4,5% no período e pelos investimentos feitos no trimestre para suportar o crescimento em 2024 e maximizar a disponibilidade da frota para aproveitar ambiente de demanda forte, compensado por uma redução de 17,3% no preço do combustível”, disse a Azul.
A Azul encerrou o trimestre com liquidez total de R$ 6,1 bilhões, incluindo investimentos e recebíveis de longo prazo, depósitos de segurança e reservas de manutenção.
A liquidez imediata em 31 de dezembro de 2023 foi de R$ 3,0 bilhões, 18,8% acima do 4T22 e representando 16,2% da receita da Azul dos últimos doze meses.
Azul atualiza projeções para 2024; confira
Para o ano de 2024, a Azul estima um Ebitda da aproximadamente R$ 6,5 bilhões, superior à estimativa anterior de R$ 6,3 bilhões, “principalmente devido a um aumento robusto na receita de passageiros, apoiado pela forte contribuição de nossos outros negócios”, disse a companhia.
A Azul espera aumentar a capacidade (ASK) em aproximadamente 11% em 2024, em comparação com 2023. “O crescimento esperado é impulsionado principalmente pela continuação do forte ambiente de demanda e da implementação de nossa estratégia de transformação de frota”, informou a aérea.
Por fim, a Azul destacou que espera uma alavancagem em torno de 3,0 vezes no final de 2024. “resultado do aumento no EBITDA esperado para 2024 e da nossa capacidade de continuar reduzindo a alavancagem organicamente”.