Azul (AZUL4): entenda estratégia de reestruturação

A Azul (AZUL4) realizou o seu investor day, evento no qual apresentou seus planos para fortalecer a saúde financeira e explorar oportunidades de crescimento. O BTG Pactual esteve presente e emitiu um relatório sobre o tema.

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Segundo os analistas, a AZUL4 destacou iniciativas de reestruturação de passivos, transformação da frota e estratégias para lidar com desafios como câmbio e volatilidade nos preços do petróleo.

Após um 2024 desafiador, a Azul projeta um futuro mais promissor, com geração de caixa prevista já em 2025. Confira a seguir os principais pontos abordados no evento:

Redução de dívidas e reestruturação financeira

Uma das principais questões exploradas foi a reestruturação de passivos da Azul, que prevê uma redução da dívida bruta de R$30 bilhões para R$25 bilhões.

O plano inclui a conversão de US$550 milhões em contratos de leasing em 100 milhões de ações AZUL4 e a emissão de até US$550 milhões em financiamentos por credores, com US$150 milhões já desembolsados.

A iniciativa, diz o BTG, reduzirá o índice de alavancagem da Azul para 3,4 vezes em 2025, contra 4,8 vezes no terceiro trimestre deste ano, e diminuirá as despesas financeiras em R$1,2 bilhão no mesmo período.

Potencial de crescimento no mercado brasileiro

Com uma penetração de passageiros ainda abaixo de outras regiões da América Latina, o mercado brasileiro de aviação continua oferecendo oportunidades de expansão, diz o BTG.

A Azul aposta na diversificação de sua malha aérea, ampliando a capacidade em regiões menos competitivas e reforçando seus hubs em Campinas (VCP), Belo Horizonte (CNF) e Recife (REC).

Paralelamente, a empresa vem reduzindo sua presença em Guarulhos (GRU), um dos mercados mais concorridos do país, com queda de 46% na oferta de assentos-quilômetro (ASK) desde 2019.

Transformação da frota para maior eficiência

Outro destaque foi a estratégia de modernização da frota, com foco na introdução de aeronaves Embraer E2, que oferecem maior eficiência operacional. Esses modelos geram o dobro do EBITDA por voo em comparação com os E1, devido a custos reduzidos e maior receita por assento. Até 2025, 61% das entregas de aeronaves Embraer para a Azul serão do modelo E2, ante 40% em 2024.

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Resiliência ao câmbio e incremento de receitas

Segundo o BTG, a Azul demonstrou resiliência para lidar com os impactos da variação cambial, conseguindo ajustar tarifas para mitigar pressões de custo.

A empresa informou que um aumento de 5% no dólar pode ser compensado com um reajuste de apenas 3% nas tarifas aéreas.

Além disso, unidades de negócios complementares, como o programa de fidelidade Azul Fidelidade (com 18 milhões de membros), a Azul Cargo (com 34% de participação no mercado de transporte aéreo de cargas) e a Azul Viagens, vêm impulsionando receitas e aumentando a rentabilidade por aeronave.

Expectativas para o futuro

Apesar dos desafios representados pelo câmbio e pelos preços do petróleo, a Azul projeta um cenário de melhora a partir de 2025, com geração de caixa e crescimento sustentado.

A reestruturação de passivos e a modernização da frota devem pavimentar o caminho para um desempenho mais sólido nos próximos anos, consolidando a posição da Azul como uma das líderes do setor aéreo brasileiro, diz o relatório.

O BTG Pactual tem recomendação neutra para as ações da Azul (AZUL4), com preço-alvo de R$ 17.

Por volta das 16h30 desta quarta-feira (04), a Azul apresentava queda de 1,07%, com as ações AZUL4 sendo cotadas a R$ 4,61.

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Guilherme Serrano

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