Azul (AZUL4) vive ‘dilema de diluição’, diz XP; veja recomendação
A XP emitiu um novo relatório detalhando o que chamou de “dilema da diluição” da Azul (AZUL4). Apesar do cenário incerto, a casa manteve recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 6,60, o que implica um potencial de alta de 18%.
O dilema citado pela XP acontece pois, apesar de ter conseguido um acordo extrajudicial bem-sucedido com os arrendadores/fornecedores, a aérea liquidou parte de seu arrendamento de aeronaves por meio de um instrumento conversível em ações. Tal instrumento fornece um anteparo para liquidez, mas implica um risco significativo de diluição de capital.
A casa destaca que, no preço atual das ações da Azul, a conversão implica uma diluição de 56% para os acionistas, nível que a XP classificou como “severo”.
Diante do novo contexto da empresa, os analistas da casa atualizaram suas estimativas para incluir:
- Desempenho mais fraco do RASK (-9% a -10% em 2024-26E), uma vez que a XP diminuiu as estimativas de tarifa (-7% a -9% em 2024-26E)
- EBITDA positivo (+1-9% em 2024-26E) com base em uma redução ainda mais forte do CASK (-11% a -12% em 2024-26E)
- Manutenção dos níveis de alavancagem em 4,9x-4,4x em 2024-2026E
O preço de R$ 6,60 por AZUL4 estimado pela XP tem como base o ano de 2025, e a recomendação neutra foi mantida “com base em um cenário de diluição altamente incerto e um perfil de alavancagem atualmente alto”, diz o relatório.
O que está acontecendo com a Azul (AZUL4)?
Dulany Alexandre, assessor na Status Invest Assessoria de Investimentos, explica a seguir a volatilidade recente dos papéis da Azul e do setor aéreo como um todo. Confira:
A AZUL4 não é a única companhia aérea que enfrenta dificuldades financeiras.
Desde janeiro deste ano, a Gol (GOLL4) está em recuperação judicial nos Estados Unidos, em um processo conhecido como Chapter 11.
Basicamente, esse processo ajuda as empresas no levantamento de capital e na reestruturação das finanças, à medida que as companhias seguem operando.
Ainda em janeiro, a Gol informou, por meio de um fato relevante, que encerrou o ano de 2023 com dívidas de cerca de R$ 20,17 bilhões.
Além dos impactos financeiros causados pela pandemia de Covid-19, é importante ressaltar que as companhias aéreas são extremamente sensíveis aos choques econômicos.
Em períodos de baixa demanda por passagens aéreas, por exemplo, essas empresas ainda precisam financiar as operações ociosas, como o arrendamento das aeronaves e os salários dos funcionários.
Além disso, há ainda uma questão cambial, visto que parte dos custos da aviação são negociados em dólar. Em momentos de desvalorização do real diante da moeda norte-americana, as dívidas das aéreas podem se tornar ainda maiores.
O projeto sancionado nesta semana visa funcionar como uma garantia aos empréstimos feitos pelas companhias aéreas. A ideia é que as empresas possam pagar dívidas e também fazer investimentos com o apoio da nova lei.
Ainda assim, é fundamental que os investidores sigam acompanhando de perto os desdobramentos das negociações e a saúde financeira das companhias aéreas antes de investir em ações dessas empresas.
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