Azul (AZUL4): controlador vende metade de sua participação

A Azul (AZUL4) informou, após o fechamento do mercado da última terça-feira (13), que seu controlador e fundador, David Neeleman, diminuiu em quase 50% sua participação na companhia. A informação foi divulgada por meio de um formulário consolidado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

De acordo com a companhia, o executivo vendeu 9,3 milhões de ações preferenciais (PNs), cortando seu total de 11,4 milhões de PNs para 2,11 milhões de PNs. Neeleman, que também detém participação na JetBlue Airways, criou a Azul em 2008, a qual começou a operar em janeiro do ano seguinte.

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As vendas dos papéis pelo executivo foram realizadas entre os dias 12 e 18 de março, atingindo preços de R$ 10,60 a R$ 20,28. O maior volume financeiro foi transacionado no dia 16 de março, quando Neeleman, por meio da corretora do Citigroup, vendeu 2,75 milhões de ações preferenciais a um preço de R$ 17,16, movimentando R$ 47,20 milhões.

Ao todo, o executivo levantou R$ 155,53 milhões com as vendas das ações da Azul. O executivo passou a se desfazer de sua posição acionária quando os papéis da companhia aérea já haviam sofrido uma forte desvalorização devido à crise do novo coronavírus (Covid-19).

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Em 28 de janeiro deste ano, as ações da empresa fecharam o pregão a R$ 62,41. Já no dia 18 de março, as ações eram cotadas a R$ 10,35, uma queda de mais de 83%. Na última segunda-feira, no entanto, os papéis fecharam a R$ 16,15.

De acordo com o site “Brazil Journal”, gestores que acompanham a empresa afirmam que existem três explicações possíveis para a venda das ações do executivo:

  • Neeleman acredita que a empresa não irá sobreviver;
  • O executivo teme ser diluído no pacote de ajuda do BNDES, ou;
  • Pode ter tido problemas de liquidez na pessoa física.

Neeleman, entretanto, ainda mantém o controle da Azul através das ações ordinárias (ON), as que proporcionam direito a voto. O executivo possui 622 milhões de papéis ordinários.

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Em termos de poder econômico, cada ação preferencial vale 75 ações ordinárias. Dessa forma, Neeleman possui 8 milhões de ações preferenciais equivalentes, na forma de ações ordinárias. Esse montante, somado às 11,4 milhões de ações preferenciais originais, atingiam as 19 milhões de “ações preferenciais ajustadas”, conforme diz a companhia.

Dessa forma, após vender 9,3 milhões das preferenciais, Neeleman detém uma participação de 3,05% do capital total da Azul, ante 5,8% detidos anteriormente.

Azul esclarece venda das ações

Em comunicado divulgado ao mercado nessa terça-feira (14) a companhia esclareceu que não ouve alteração na posição das ações votantes detidas por Neeleman, totalizando
622.406.638 ações ordinárias.

O documento informou que o acionista controlador havia feito um empréstimo pessoal em 2019 no valor de US$ 30 milhões (cerca de R$ 150 milhões) e usou como garantia algumas de suas ações da Azul, pois por “acreditar em seu potencial” não tinha a intenção de vender os papéis.

Entretanto, os impactos do coronavírus geraram uma margem no empréstimo e devido a rapidez dos efeitos e o fato de ele ter outros investimentos no setor sem liquidez, não houve tempo hábil para que levantasse a liquidez adequada.

Desse modo, os bancos custodiantes acabaram por executar a garantia, mas Neeleman afirmou que não vendeu de maneira ativa nenhuma ação da Azul.

Jader Lazarini

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