Azul (AZUL4) estuda consolidação do negócio, mas não cita Latam
A Azul (AZUL4) disse que o mercado de aviação passa por um movimento de consolidação e está em posição de liderar um processo nesse sentido, com estudos em curso. A companhia respondeu ao questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre os rumores da compra da operação da Latam no Brasil.
A Azul, contudo, não citou a Latam em seu comunicado ao mercado, divulgado nesta quinta-feira (27). “A empresa contratou consultores e está estudando ativamente as oportunidades de consolidação da indústria”, diz a companhia aérea.
A companhia comentou que poderá avaliar modelos diferentes de consolidação, “inclusive aquisições, fusões, acordos societários e/ou operacionaisou outras combinações de negócios”. Até agora, todavia, não há qualquer proposta ou acordo vinculante firmado sobre tais oportunidades.
O posicionamento público da empresa vem à tona após o jornal Valor Econômico publicar, na última quarta-feira (26), que a Azul estava de olho nas atividades da Latam no Brasil, e estaria conversando com as partes relacionadas à recuperação judicial da área.
O movimento animou o mercado, que fez as ações da empresa subirem 11,31% na véspera, com os papéis cotados a R$ 46,76. Essa foi a maior alta em quase um ano, com os investidores projetando um duopólio no mercado brasileiro, o que tende a beneficiar, também, a Gol (GOLL4). As ações desta, por sua vez, subiram 7,15%.
Há uma grande expectativa sobre os rumos que o mercado de aviação tomará no Brasil após a pandemia. Com a demanda fortemente reprimida nos últimos 15 meses, os sobreviventes do segmento surfarão o movimento de recuperação e reabertura econômica.
Mercado se anima com Azul, mas Latam rechaça venda de operação
O presidente da Latam no Brasil, Jerome Cadier, disse que a companhia não tem interesse em se desfazer da operação. “Não há nenhuma intenção de separar a operação Brasil do grupo. A força da Latam está na complementaridade das operações (nos diferentes países). Separar não faz sentido econômico”, comentou ao jornal O Estado de S.Paulo após o rumor tomar conta dos investidores.
A empresa entrou com o pedido de recuperação judicial no Brasil em julho do ano passado, com o objetivo de “reestruturar seus passivos financeiros e administrar de maneira eficiente sua frota local, mantendo sua operação normalmente”.
Em comentário, a Ativa Investimentos disse que enxerga com bons olhos o ímpeto da Azul em expandir a operação.
“Mesmo que a posição atual de solvência e liquidez não seja a ideal e que, possivelmente, movimentos concentratórios poderiam vir a ser alvo de remédios por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a companhia obteria complementaridade e ampla combinação sinergética ao unir ativos com alguma das grandes do setor.”
Por volta das 10h44 desta quinta, as ações da Azul recuavam 2,61%, para R$ 45,54. Desde a chegada da pandemia, em março do ano passado, os papéis da aérea subiram 4%, com fortes altos e baixos. A companhia vale R$ 59,03 bilhões na B3.