As ações da Azul (AZUL4) operam em forte queda na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) nesta segunda-feira (26). Por volta das 11h30, os papéis da companhia aérea recuavam 2,88%, para R$ 26,32, após terem aberto o pregão em baixa de 4,2%. O mercado ainda digere o anúncio das debêntures conversíveis, na ordem de R$ 1,6 bilhão.
De acordo com o comunicado da Azul, os recursos líquidos levantados na operação serão utilizados para capital de giro, expansão de atividade de logística e outras oportunidades estratégicas. Poderão aderir à oferta fundos de investimento, fundos de pensão, investidores qualificados, entre outros.
Serão emitidas 1,6 milhão de debêntures, sem considerar as adicionais que poderão ser acrescidas em até 20%, valor equivalente a 320 mil debêntures adicionais. Os títulos terão valor nominal unitário de R$ 1 mil e a emissão será realizada em série única. O prazo será de cinco anos contados da data de emissão, portanto, com vencimento em 26 de outubro de 2025.
Ao longo de todo o período de capitalização, que terá início na primeira data de integralização e será encerrado em 26 de outubro do ano que vem, a remuneração será de 7,50% ao ano. Este valor será incorporado ao valor nominal unitário atualizado das debêntures, de forma automática.
Segundo a Azul, nos demais períodos de capitalização e durante todo o respectivo Período de Capitalização, a remuneração será de 6% ao ano (pagos em dinheiro). De acordo com a companhia, não será acatada a conversão em dia de assembleia geral de acionistas. A conversão poderá se referir a parte ou à totalidade das debêntures de titularidade do respectivo debenturista, a seu exclusivo critério.
Azul ainda não sabe se utilizará crédito do BNDES
Os investidores permanecem no aguardo de alguma definição sobre a capitação de recursos pela Azul, uma vez que o CEO e cofundador da companhia aérea, John Peter Rodgerson, afirmou, na semana passada, que não não sabia se iria utilizar o empréstimo de R$ 2 bilhões oferecido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
De acordo com o executivo, a empresa está com um caixa de R$ 2,3 bilhões, o suficiente para manter a companhia por cerca de 30 meses. No entanto, na análise do CEO é importante ter recursos em caixa para caso tenha uma segunda nova onda de covid-19.
Em nota, no início deste mês, Alex Malfitani, diretor financeiro da Azul, afirmou que “a combinação de uma estrutura de custos mais eficiente, com o retorno da demanda melhor do que o esperado, indica que estamos [a aérea] no caminho certo para resgatar nossa posição como uma das companhias aéreas mais rentáveis da região”.
Prejuízo de R$ 3,1 bilhões no segundo trimestre
A Azul registrou um prejuízo líquido de R$ 3,140 bilhões no segundo trimestre deste ano. No ano passado, no mesmo período, a companhia aérea teve lucro de R$ 343,2 milhões. O prejuízo operacional no período foi de R$ 820 milhões, excluindo eventos não-recorrentes.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 324,3 milhões, frente a um resultado positivo de R$ 733,2 milhões no segundo trimestre do ano passado.
Segundo Rodgerson, “o segundo trimestre de 2020 foi, sem dúvida, o mais desafiador da história da aviação”. “A paralisação da economia global desde a segunda quinzena de março fez com que as viagens aéreas ao redor do mundo fossem severamente prejudicadas. No Brasil não foi diferente,e a demanda de passageiros diminuiu 85% durante o segundo trimestre, ao passo que o real desvalorizou 38% ano contra ano, pressionando ainda mais nossos custos”, disse em comunicado.
A Azul divulgará seus números referentes ao terceiro trimestre deste ano no dia 5 de novembro.
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