Em relatório divulgado nesta semana, o Santander deu recomendação neutra para as ações da Azul (AZUL4), estabelecendo preço-alvo de R$ 13,70 – com a ação cotada a R$ 12,96.
Segundo analistas do banco, o volume de tráfego da companhia aérea em setembro foi positivo. A Azul divulgou que o tráfego de passageiros consolidado (o RPK) aumentou, em setembro, 18,7% na comparação anual.
“Vemos os números como positivos, devido a um aumento significativo na taxa de ocupação, impulsionado por uma demanda doméstica sólida e uma demanda internacional melhorando, embora modestamente”, destaca o Santander.
Além disso, a equipe do Santander destaca que o crescimento da demanda da Azul superou o aumento da capacidade tanto nas rotas domésticas quanto internacionais durante setembro.
O preço-alvo de R$ 13,70, de acordo com o banco, é baseado em um múltiplo EV/EBITDA alvo de 7,0x para 2023.
Os riscos para a tese incluem volatilidade nas taxas de câmbio e nos preços do combustível de aviação, uma recuperação mais lenta na demanda e deterioração da atividade macroeconômica.
Azul: tráfego total de passageiros aumenta 18,7% em setembro
A Azul informou, em comunicado divulgado ao mercado nesta terça-feira (10), que o tráfego de passageiros consolidado (o RPK) aumentou, em setembro, 18,7% na comparação anual. A companhia aérea anunciou os resultados preliminares do tráfego no mês passado.
A capacidade (ASKs), por sua vez, apresentou um salto de 15,0% no mesmo intervalo de comparação. Com isso, a taxa de ocupação da Azul em relação a setembro de 2022 subiu 2,6 pontos percentuais, passando para 81,7%.
Segundo a Azul, o tráfego de passageiros doméstico cresceu 10,6% em relação a setembro de 2022, enquanto a capacidade apontou uma expansão de 7,4%.
Isso resultou em uma taxa de ocupação de 79,4%, o que representa uma alta de 2,3 pontos percentuais comparado com o mesmo período de 2022.
Aumento de passageiros que viajam para fora do país
Já no segmento internacional, o tráfego de passageiros da Azul cresceu 51,1% no comparativo com o mesmo mês do ano anterior, enquanto a capacidade aumentou 49,7%.
Dessa forma, a taxa de ocupação do segmento ficou em 89,1%, indicando retração de 0,8 ponto percentual.
“Em setembro, continuamos a demonstrar a nossa habilidade de equilibrar a capacidade com a demanda, o que nos permite manter taxas de ocupação sustentáveis, e RASK recorde. Esperamos que essas tendências positivas continuem durante a alta temporada de verão”, diz John Rodgerson, CEO da Azul.
Renegociação de dívidas com arrendadores e fabricantes de aeronaves
No início do mês, a Azul anunciou em fato relevante a conclusão da restruturação de suas obrigações com a maior parte dos arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos originais.
De acordo com a Azul, a restruturação envolveu os seguintes pontos:
- A eliminação das obrigações de pagamento de arrendamento que haviam sido anteriormente diferidas durante a pandemia de Covid-19;
- A redução permanente nos pagamentos contratuais de arrendamento, para novas taxas acordadas de mercado;
- O diferimento de determinados pagamentos a arrendadores e fabricantes, bem como obrigações contratuais com fornecedores;
- Outras concessões, incluindo reduções nas obrigações de final de contrato de arrendamento e condições de devolução de aeronaves, eliminação de pagamentos de reservas de manutenção futuras e rescisão antecipada de determinados arrendamentos de aeronaves.
Como parte desses acordos, a Azul Investments LLP, subsidiária da Azul, emitiu US$ 370.490.204,00 em títulos de dívida sem garantia, com vencimento em 2030 e com cupom de 7,5%.
A companhia aérea informou que arrendadores e fabricantes também concordaram em receber um total de até US$ 570 milhões em ações preferenciais da Azul a um valor de R$ 36,00 por ação. “A emissão de todas as ações preferenciais abrangidas nesses contratos será feita em parcelas trimestrais, com início no terceiro trimestre de 2024 e com conclusão prevista para o quarto trimestre de 2027”, destacou.
De acordo com a empresa, a reestruturação reduz significativamente os passivos de arrendamento da Azul, com a redução dos pagamentos de arrendamento futuros em mais de R$ 1,0 bilhão por ano.
“Por meio destes acordos, melhoramos significativamente a nossa estrutura de capital e fluxos de caixa da Azul, reduzindo os nossos passivos e pagamentos de arrendamento, ao mesmo tempo que honramos o nosso compromisso de compensar integralmente os nossos parceiros”, disse Alex Malfitani, diretor financeiro da companhia. “Além disso, não temos vencimentos significativos até o final de 2028 e agora podemos contar com um forte balanço patrimonial e posição de liquidez, consistente com nossa malha superior, oferta de produtos e estrutura de custos”, completou.
Desempenho anual das ações da Azul
Cotação AZUL4