Após considerar os números de junho da Azul (AZUL4) como positivos, o Santander reiterou recomendação neutra para a companhia, fixando seu preço-alvo em R$ 13,70.
Segundo a equipe do Santander, a capacidade de voos cresceu 13% ante ao mesmo período do ano anterior. “O crescimento da capacidade continuou concentrado principalmente nas rotas internacionais, enquanto a expansão doméstica foi modesta”, informa o banco em relatório.
Já a demanda apresentou um crescimento sólido de 15% em comparação com 2022, levando a taxa de ocupação a aumentar 1,7 ponto percentual (pp) para 81%.
No entanto, o Santander ressalta que as baixas comparações em relação ao ano anterior podem ser atribuídas pela alta do preço do petróleo, que encareceu os combustíveis, afetando rotas planejadas pela Azul.
Hoje as ações da Azul subiram 3,06%, sendo cotadas em R$ 19,92. Os papéis da companhia lideraram as altas do Ibovespa hoje.
Cotação AZUL4
Tráfego de junho sobe, destaca Santander
Para o Santander, o número da Azul foi positivo em junho. Um dos destaques foi o aumento na taxa de ocupação, potencializado pela demanda doméstica, que superou o crescimento da capacidade oferecida.
Além disso, a expansão das rotas internacionais da Azul também é vista de forma positiva. “Vemos com bons olhos a expansão nas rotas internacionais, embora observemos que o crescimento de sua demanda ficou ligeiramente atrás do crescimento da capacidade”, dizem os analistas do banco.
Entre os riscos futuros da Azul, o banco destaca uma possível volatilidade dos preços de câmbio e combustível de aviação, além da deterioração da atividade macroeconômica.
Azul reduziu prejuízo em 10% no 1T23
De acordo com o balanço da Azul do 1T23, a empresa fechou o primeiro trimestre de 2023 com um prejuízo líquido ajustado de R$ 727,6 milhões, queda de 10% ante o 1T22. Segundo a empresa, o “resultado líquido foi ajustado por resultados não realizados de derivativos e taxa de câmbio”.
Confira os principais números do balanço da Azul:
- Receita líquida total: R$ 4.478 bilhões, alta de 40,3% ante 1T22;
- Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização): R$ 1.030 bilhão, alta de 73,8% ante 1T22;
- Resultado líquido ajustado: Prejuízo de R$ 727,6 milhões, queda de 10% ante 1T22;
Para o resto deste ano, a Azul estima que o crescimento de sua capacidade será de aproximadamente 14% ante 2022. “Combinado com o crescimento contínuo da receita, nossas iniciativas de redução de custos e um ambiente competitivo racional, continuamos confiantes em um Ebitda para 2023 de cerca de R$ 5,5 bilhões excluindo itens não recorrentes”, afirmou a gestão da companhia aérea.
Azul tem aceitação de 86% em proposta de troca de dívida
No mês passado, a Azul comunicou que um grupo de investidores que representa cerca de 86% de detentores de bônus da empresa com vencimento em 2024 e 2026 concordou com uma proposta de troca de dívida feita pela empresa.
Com isso, a troca de dívida da Azul visa prorrogar os vencimentos para 2029 e 2030.
A oferta foi anunciada pela companhia aérea em há cerca de 15 dias, e integra o plano de reestruturação.
“Os valores de: US$291 milhões representam 72.8% do valor total de principal da dívida com vencimento em 2024 e remuneração de 5,875%, e outros US$567,6 milhões representam 94,6% do valor total de principal da dívida com vencimento em 2026, e com remuneração de 7,250%, foram oferecidos para a troca e não foram renunciados”, diz o comunicado da aérea.
Conforme o documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pela Azul, não há garantias de que as condições para realização das ofertas serão satisfeitas, ou que as ofertas serão concretizadas