Azul (AZUL4): 1T22 tem prejuízo de R$ 808 milhões e receita pré-pandemia pela segunda vez
A Azul (AZUL4) teve um prejuízo líquido ajustado de R$ 808 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), representando uma melhora de 24% ante prejuízo de R$ 1,06 bilhão em igual período do ano anterior. A informação foi divulgada por meio do balanço trimestral da companhia, nesta segunda-feira (9).
O balanço da Azul aponta que a companhia teve um lucro líquido de R$ 2,65 bilhões no 1T22, ante prejuízo da mesma cifra no 1T21. Contudo, o valor se torna um prejuízo de R$ 808 milhões quando a companhia incorpora EPS e EPADR ajustadas por ganhos e perdas com marcação a mercado e variação cambial.
Já o resultado operacional totalizou R$ 70,7 milhões nos três primeiros meses de 2022, revertendo resultado negativo de R$ 214,1 milhões em relação ao mesmo trimestre de 2021. A margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) ajustada foi de 18,6% no período, alta de 11,5 pontos percentuais (p.p.) ante a margem registrada em 1T21.
Segundo o resultado da Azul, a companhia teve uma receita operacional recorde no período, totalizando R$ 3,2 bilhões, um aumento de 74,9% comparado ao 1T21 e 25,6% acima do 1T19, período pré-pandemia.
O número já era esperado pelo consenso de analistas consultados pelo Investing, que também mirava um lucro por ação (LPA) de R$ 2,12. No balanço, a companhia demonstra R$ 6,55 de lucro diluído por ação preferencial – negociada sob o ticker AZUL4 – e R$ 1,99 de prejuízo ajustado por ação preferencial.
Segundo a administração da companhia, este foi o segundo trimestre consecutivo com receita líquida acima dos níveis pré-pandemia, ainda que com o impacto da variante Ômicron na operação da companhia.
O resultado trimestral demonstra que a receita de cargas aumentou 53,4% no comparativo anual, totalizando R$ 350,1 milhões no 1T22, impulsionada pela demanda robusta por soluções logísticas e a malha exclusiva. Já em comparação com o 1T19, a receita de cargas e outras receitas mais do que triplicou.
Dívida bilionária da Azul aumenta em 30%
O resultado mostra que a dívida da Azul fechou o mês de março em R$ 15,938 bilhões, crescimento de 30,6% em relação a dezembro de 2021.
O indicador de alavancagem financeira – que é a razão entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado – ficou em 7,8 vezes em março/22, queda de 3,4 vezes em relação a dezembro de 2021.
“Estamos confiantes em nossa capacidade de reduzir a alavancagem organicamente e podemos chegar a uma alavancagem começando com 5 no final de 2022, reduzindo para começar com 4 no final de 2023 e com 3 no final de 2024”, diz o relatório de resultados do 1T22 da Azul.
Guidance para 2022 e 2023
Segundo o guidance da Azul, publicado logo após o balanço, a empresa espera aumentar a capacidade em aproximadamente 10% em 2022, em comparação com 2019.
“No 1T22, alcançamos um recorde de 151 destinos atendidos. Também vimos nove meses consecutivos de forte e crescente demanda de lazer, ao mesmo tempo em que o corporativo acelerou rapidamente. Como resultado, esperamos crescer a capacidade total em aproximadamente 10% em 2022 em comparação com 2019”, diz o documento da companhia.
Além disso, a companhia projeta gerar EBITDA em 2022 de R$4 bilhões e EBITDA em 2023 de R$5,5 bilhões.
“Considerando o cenário atual de demanda, combustível e câmbio, esperamos gerar EBITDA recorde de R$4 bilhões em 2022, mesmo com o impacto da variante Ômicron no primeiro trimestre. Também projetamos um EBITDA de R$ 5,5 bilhões em 2023, comparado ao nosso EBITDA recorde anterior de R$ 3,6 bilhões em 2019”, diz a administração da companhia aérea.
A Azul também estima terminar 2022 com alavancagem calculada como dívida líquida/EBITDA dos últimos 12 meses, começando com um 5, incluindo caixa e equivalentes de caixa, investimentos de curto prazo e contas a receber.