Azul é acusada de assédio aos pilotos da Passaredo

Nesta terça-feira (27), a companhia aérea regional, Passaredo, anunciou que recorrerá ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à Justiça contra a Azul por um suposto assédio a sua equipe de pilotos e co-pilotos. A notícia foi divulgada pelo jornal “Estado de S. Paulo”.

Segundo a empresa, o departamento de recursos humanos da Azul tem insistido em entrar em contato com os pilotos da Passaredo e da MAP (aérea regional que também é da Passaredo) oferecendo vagas de emprego imediato para pilotar aeronaves a jato.

Segundo o CEO da Passaredo, Eduardo Busch: “Existem centenas de excelentes pilotos com experiência em jatos no mercado, inclusive oriundos da operação da Avianca. A Passaredo recebeu esses currículos recentemente durante a seleção de pilotos que vem realizando. Se a Azul tivesse interesse exclusivo em contratar mão de obra, seria natural aproveitar esses profissionais já experientes no equipamento a jato. Contudo, o que a Azul quer é aliciar a mão de obra da Passaredo para prejudicar a estruturação das operações em Congonhas”, comunicou em nota ao jornal.

“Agora, uma vez que não tiveram sucesso na pressão política, querem prejudicar a Passaredo tentando sabotar as operações da empresa”, salienta Busch.

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O presidente da Passaredo se queixa em relação à campanha feita pela Azul para que tanto a MAP quando a Passaredo fossem restritas a operar somente na pista auxiliar do Aeroporto de Congonhas, com a justificativa de que as aeronaves ATRs usadas por elas não possuem a velocidade mínima necessária para pousar na pista central.

Uma parte da Passaredo enxergou tal discurso como uma pressão para que a Azul pudesse herdar todos os slots da Avianca Brasil no terminal, por conta da Gol e Latam não serem habilitadas a tê-los regras relacionadas à concentração de mercado.

Houveram críticas também sobre o fato da Anac ter elevado o número de slots utilizados como critério para definir uma empresa ingressante em Congonhas. A Anac elevou o número de 5 para 54 slots, permitindo que a Azul se encaixasse no processo de redistribuição dos slots da Avianca Brasil.

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De acordo com a Passaredo, acima de 80% de seus pilotos foram contatados pela Azul nos últimos três dias.

Nota da Azul

Em nota ao jornal “Estado de S. Paulo”, a Azul comunicou: “Somente em 2019, a Azul deve incluir cerca de 30 novos aviões, contratar mais de 2.000 novos tripulantes e ampliar em mais de 20% sua oferta de assentos. O recrutamento de novas pessoas é feito com os recursos disponíveis no mercado brasileiro e, em alguns casos, os candidatos atuam em outras companhias do setor, como é comum em qualquer indústria”.

Rafael Lara

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