A Avianca Holdings (NYSE: AVH), segunda maior companhia aéra da América Latina, apresentou, neste domingo (10), seu pedido de recuperação judicial. A companhia se aproxima da data de pagamento de títulos e, até o momento, não chegou a um acordo junto ao governo colombiano para auxilío à empresa em meio ao novo coronavírus (Covid-19).
Caso não consiga sair da recuperação judicial, a Avianca pode ser a primeira empresa do setor aéreo a não sobreviver à crise gerada pela pandemia, que retraiu cerca de 90% o trágefo aéreo em todo o mundo. Segundo a agência de notícias “Reuters”, a companhia possui uma dívida estimada entre US$ 1 bilhão (R$ 5,48 bilhões) e US$ 10 bilhões (R$ 54,81 bilhões).
A empresa não realiza voos regulares de passageiros desde março, reduzindo a receita da empresa em cerca de 80% no período. Devido à crise, a maioria de seus 20 mil funcionários não recebem seus salários desde então.
Por meio de uma nota à impresa, o CEO da Avianca, Anko Van der Werff, afirmou que essa é a crise mais desafiadora que a empresa enfrenta em seus 100 anos de história.
“Acredito que a reorganização é o melhor caminho a seguir para proteger os serviços essenciais de viagem e transporte aéreo que proporcionamos na Colômbia e em outros mercados da América Latina“, disse o executivo.
Hoy hemos anunciado nuestra intención voluntaria de reorganización en los Estados Unidos de América para preservar y fortalecer nuestros negocios para el futuro. Para conocer más: https://t.co/2DVXVvsP0w. Avianca #SeguiráVolando pic.twitter.com/NSHMrdVTSH
— Avianca (@Avianca) May 10, 2020
A Avianca já passou por um processo de recuperação judicial no início dos anos 2000, quando foi auxiliada por German Efromovich, empresário boliviano do setor petrolífero.
O empresário fez com que a holding apresentasse um crescimento robusto, acompanhado de grandes dívidas. Efromovich saiu da Avianca em 2019, em meio a um entrave na governança da empresa junto à United Airlines. No entanto, o empresário ainda permanece com uma fatia majoritária da companhia.
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A própria United poderá perder cerca de US$ 700 milhões (R$ 3,83 bilhões) em empréstimos destinados à Avianca. Um dos empréstimos, acertado no segundo semestre do ano passado, de US$ 250 milhões, tem o prazo de quatro anos para pagamento, atrelado a uma taxa de juros de 3% ao ano, além da possibilidade de conversão em ações da empresa, caso seja do interesse da Avianca.
No fechamento do pregão da última sexta-feira, os papéis da Avianca estavam sendo cotados a US$ 0,88 na bolsa de valores de Nova York. Somente neste ano, as ações da aérea já desvalorizaram mais de 80%.