A Avianca pode perder seus aviões se não chegar a um acordo que evita o calote até esta sexta-feira (1).
No dia 14 de janeiro, a Justiça tinha concedido um prazo até dia 1º de fevereiro para a Avianca. A companhia aérea deverá apresentar uma proposta às arrendadoras de aeronaves e se comprometer a realizar os próximos pagamentos respeitando os vencimentos. Entretanto, a empresa ainda não fechou nenhum acordo até a noite da última quarta-feira (30). No total, oito arrendadoras têm créditos com a Avianca.
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Em caso de ausência de acordo, o juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, poderá determinar reintegração de posse dos aviões.
A companhia poderia tentar superar esse empasse com um aporte de R$ 250 milhões do fundo de investimento dos EUA Elliot. Entretanto, essa injeção de liquidez não estaria garantida. Além disso, algumas empresas donas dos aviões poderiam não ter mais interesse em trabalhar com a Avianca. Isso por causa dos atritos que surgiram nos últimos meses entre elas e a companhia aérea.
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Em caso de calote, as empresas donas das aeronaves poderiam cancelar as matrículas dos aviões. Isso porque a falta de pagamento por parte da Avianca seria um descumprimento da Convenção da Cidade do Cabo. No começo de Janeiro, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou o cancelamento de dez matrículas de aviões operados pela Avianca após pedido da GE Capital Aviation Services (Gecas), dona das aeronaves. A Gecas pedia para suspender o registro de dez aeronaves Airbus A320 usadas pela Avianca Brasil em operação de voos. A Gecas é uma empresa de leasing dona das aeronaves, com a qual a companhia aérea tinha um contrato para os 10 aviões. Entretanto, com a sentença do dia 14 de Janeiro, os cancelamentos foram suspenso até 1º de fevereiro.
Recuperação Judicial
A Avianca é a quarta maior companhia aérea do País e está em recuperação judicial desde o mês passado. O pedido foi registrado na 1ª Vara Empresarial de São Paulo em 10 de dezembro, após crescentes prejuízos e atrasos em pagamentos de arrendamento de aeronaves.
A companhia aérea controla 13% do mercado nacional e registrou um crescimento forte nos últimos anos. No entanto, acabou acumulando dívidas superiores a R$ 500 milhões.
Três empresas de leasing já pediram restituição de aviões por conta da falta de pagamento. No total, as empresas arrendaram 14 aeronaves para a companhia aérea, equivalente a 30% da frota em operação A companhia aérea tinha assegurado que nenhuma das operações seriam afetadas, mesmo com o processo de recuperação judicial. Entretanto, a Avianca Brasil demitiu 140 funcionários na última semana.
Possível Venda da Avianca
Em 13 de dezembro de 2018, 0 ex-presidente da República Michel Temer assinou a Medida Provisória que permite as empresas estrangeiras a deter 100% do capital de companhias aéreas brasileiras. Portanto, a possibilidade de que tais empresas adquiram a Avianca existe, apesar da recuperação judicial. Caso a venda da companhia aérea se concretizasse, a empresa compradora estaria obtendo apenas a “parte boa”, o que exclui as dívidas.
No dia 17 de Janeiro, a Avianca Brasil anunciou o fim de seus voos internacionais mais importantes. Foram canceladas as rotas de Guarulhos para Nova York, Miami e Santiago. Além disso, foram devolvidas outras duas aeronaves A330 a empresas de leasing. Atualmente, a companhia aérea tem 46 aeronaves em operação.