A crise financeira da Avianca Brasil, que encontra-se em recuperação judicial, fez com que a demanda por passagens aéreas dos concorrentes aumentasse. Desta forma, o preço das passagens subiram, segundo o presidente-executivo da Latam, Jerome Cadier. As informações são do jornal “O Globo”.
“Os preços [das passagens] estão mais altos. O aumento, no entanto, não tem a ver com concentração. Há menos aviões circulando no Brasil. A Avianca tinha cerca de 50 aeronaves no início do ano. Hoje, opera com sete. É uma queda grande”, afirmou o CEO da Latam.
Cadier afirmou que nas rotas nas quais a Avianca operava não houve avanço dos preços, pois a oferta de assentos continuou a mesma. Contudo, o efeito da crise financeira da companhia aérea pode ser verificado nos preços de passagens de rotas que eram relevantes para a empresa, como:
- Guarulhos (SP);
- Congonhas (SP);
- Santos Dumont (RJ);
- e Brasília (DF).
“Até conseguir trazer um número parecido com 43 aviões ao mercado brasileiro, teremos no mínimo quatro a seis meses de preços mais altos. Desde a crise da Varig, em 2004 e 2005, não vemos um momento tão importante na aviação brasileira. A quebra de uma companhia como a Avianca não consegue ser absorvida rapidamente pelas concorrentes“, afirmou Cadier ao jornal.
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Passagens aéreas registraram alta nos preços de até 140% devido à crise da Avianca
De acordo com o comparador de preços de passagens aéreas, Voopter, as tarifas aéreas da Avianca Brasil registraram um aumento de até 140%. Essa comparação é feita com o de mesmo período no ano anterior. Somente após a venda dos ativos da empresa, nos próximos quatro meses, que os preços poderão baixar.
Este aumento está relacionado à crise em que a Avianca se encontra. A empresa está em recuperação judicial desde dezembro de 2018. E, pela falta de pagamento, está sendo judicialmente obrigada a devolver seus aviões às empresas de leasing.
A tarifa mais elevada foi da rota entre os aeroportos de Santos Dumont, no Rio de Janeiro (RJ), e de Salvador (BA). A média do valor da passagem em abril de 2018, era de R$ 574,14 e agora está em R$ 1.377,32. Este aumento corresponde a 139,89%.
A plataforma contabiliza esse valor até os próximos 120 dias. “A Avianca influenciou muito, porque a demanda não mudou e o número de assentos ofertados caiu. Essa demanda migrou para as outras companhias aéreas, que têm algoritmos que percebem isso”, afirmou a diretora-geral da Voopter, Juliana Vital.
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Leilão da Avianca
O leilão das sete Unidas Produtivas Isoladas (UPIs) da Avianca deve ocorrer em 7 de maio.
Em 4 de março, a Gol e a Latam entraram na disputa para adquirir partes da Avianca. No plano de recuperação judicial alternativo àquele proposto pela Azul, havia a criação de sete UPIs.
A Gol informou em nota seu interesse na compra de ativos da concorrente. A companhia aérea teria assinado um acordo vinculante com o fundo ativista Elliott Management, para entrar na disputa. Em tal acordo, haveria compra pela companhia aérea de US$ 5 milhões em empréstimos, feitos pelo fundo, à Avianca.
Conforme o acordo assinado com o fundo de hedge, a Gol faria a oferta pela UPI A, que reúne:
- 20 em Guarulhos;
- 18 slots em Congonhas;
- e 12 em Santos Dumont.
Por sua vez, a Latam faria proposta pela UPI B, que possui:
- 26 slots em Guarulhos;
- 13 em Congonhas;
- e 8 em Santos Dumont.
De acordo com fontes ouvidas pelo jornal “Valor Econômico”, a Avianca Brasil estaria sendo sondada por companhias aéreas estrangeiras. Segundo o jornal, pelo menos duas empresas apresentam interesse em participar do leilão de UPIs:
- a Qatar Airways, do Catar;
- e a JetSmart, do Chile.
A Azul voltou atrás de sua decisão, e agora poderá participar do leilão de ativos da Avianca Brasil. Em 18 de abril, a empresa havia desistido de participar do leilão.
A Azul havia feito uma proposta, anterior ao do fundo com a Latam e a Gol, que previa criação de uma única UPI, que reuniria:
- até 28 aviões;
- e 70 pares slots.
Contudo, a proposta aprovada pela Assembleia de Credores da Avianca foi a que cria sete UPIs.