A Avianca Brasil iniciou na segunda-feira (13) o processo de demissão de 900 funcionários, segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). Isso ocorreu, segundo órgão, depois do atraso de salários e verbas rescisórias.
Ainda de acordo com o sindicato, só na quinta-feira (16) foram demitidos 300 colaboradores da Avianca. “A empresa se desmanchou. Separou uma pequena sala de 30 m² para fazer as demissões. Tivemos de alugar um espaço com verba do sindicato para viabilizar [o atendimento aos demitidos]”, diz Ondino Dutra, presidente do SNA.
Além das demissões, cerca de 1.200 funcionários assinaram o Plano de Demissão Voluntária. No mesmo sentido, outros 200 retiraram licença não remunerada. Dessa forma, restam cerca de 700 funcionários na aérea.
Funcionários da Avianca em greve
Por conta disso, os funcionários da Avianca realizam uma paralisação nesta sexta-feira (17) em São Paulo e no Rio de Janeiro. Dessa forma, os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont estão tomados por colaboradores da aérea. Além disso, voos já foram cancelados nos dois terminais.
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A paralisação dos funcionários da Avianca reivindica o pagamento de salários atrasados. Além disso, eles também pedem a cobertura dos gastos com alimentação e transporte durante o trabalho. Os salários estão atrasados desde o dia 7 de maio.
O diretor executivo do SNA, Leonardo Souza, afirma que o protesto não é apenas pelos salários. “A gente tem hoje os aeronautas voando completamente desorientados emocionalmente. Isso porque estão sem receber suas verbas salarias e também sem saber se estarão empregados quando este avião pousar”, disse.
De acordo com Dutra, os passageiros da Avianca estão sendo realocados para voos de outras companhias. Dessa forma, o objetivo, segundo ele, é cancelar boa parte das saídas da aérea de Congonhas nesta sexta.
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Operação durante a greve
Por outro lado, a Justiça determinou, na noite de quinta, que 60% das operações da Avianca fossem mantidas durante a greve dos funcionários nesta sexta. O Tribunal Superior do Trabalho decidiu atender ao pedido da aérea.
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Se a determinação não for cumprida nesta sexta, a ministra Dora Maria da Costa determinou que o sindicato pague uma multa diária de R$ 100 mil. Em contrapartida, o SNA argumenta que com a demissão de 900 funcionários não há “condições psicológicas” para manter os voos.
A Avianca é a quarta maior companhia aérea do Brasil e está em recuperação judicial desde dezembro 2018. Assim, o pedido foi registrado na 1ª Vara Empresarial de São Paulo em 10 de dezembro. Isso ocorreu após crescentes prejuízos e atrasos em pagamentos de arrendamento de aeronaves.