Autoridades do BC expressam otimismo diante de cenário tranquilo para a inflação
O Banco Central (BC) expressou novamente otimismo nesta quinta-feira (15), divulgando suas projeções de um cenário tranquilo para a inflação doméstica e ressaltando ainda que o espaço remanescente para cortar a Selic, caso existente, deve ser pequeno em função da estabilidade financeira, justificou a autarquia durante apresentação em evento promovido pela XP Investimentos e Goldman Sachs.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, pontuou durante o evento que caso sejam realizados ajustes no nível de estímulo monetário atual, estes dependeriam da trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterassem a avaliação do Copom quanto à inflação prospectiva.
Além disso, a diretora de Assuntos Internacionais do BC, Fernanda Nechio, falou sobre as projeções do banco, as quais preveem uma inflação abaixo da meta. Ressaltando ainda que o Copom não deve reduzir o grau de estímulo monetário a menos que as previsões de inflação estejam próximas da meta de inflação.
BC: “choque fiscal explica parte da depreciação cambial dos países emergentes”
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou nesta quinta-feira (15) em palestra durante evento promovido pela XP Investimentos, que o “choque fiscal explica parte da depreciação cambial dos emergentes”. No Brasil, em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e das preocupações do mercado financeiro em relação à sustentabilidade fiscal do País, o dólar acumula alta de cerca de 40% ante o real em 2020.
O presidente do BC falou durante o evento sobre a política monetária adotada pelo banco. Segundo Campos Neto, “devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.
“Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”, informou Campos Neto.
O mandatário do BC também ressaltou que “a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado” e que a instituição não tem a “intenção de reduzir o grau de estímulo monetário, a menos que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária”.