Na semana em que a taxa básica de juros teve o primeiro aumento após seis anos, chegando a 2,75%, o ministro da Economia, Paulo Guedes, atribuiu o movimento à independência conferida ao Banco Central (BC) para impedir que o aumento de preços, considerado por ele como temporário e setorial, torne-se generalizado e permanente.
De acordo com Guedes, a criação do auxílio emergencial elevou o poder aquisitivo, tendo assim impacto localizado na inflação de alimentos e materiais de construção. O ministro participou nesta sexta-feira (19) de uma entrevista aos jornais espanhóis El Mundo e Expansión.
“Este é um aumento de preços setorial e transitório”, comentou o ministro, que acredita num alívio da pressão “excepcional” sobre a inflação a partir da redução dos pagamentos do auxílio emergencial.
“Por isso, foi importante a independência do Banco Central, para impedir que se torne um aumento generalizado e permanente dos preços”, disse Guedes, que, durante a entrevista, assegurou a retirada dos estímulos à medida que a economia se recuperar.
Além disso, o ministro acrescentou: “A independência do Banco Central foi importante para demonstrar nosso compromisso com a estabilidade de preços. O imposto inflacionário é o pior dos impostos porque pesa sobre a população mais vulnerável.”
Guedes falou também sobre o presidente do País, Jair Bolsonaro. Segundo o economista, o chefe do Executivo, diferentemente dos seus antecessores, abriu mão de usar o BC em benefício da reeleição. “Nosso presidente renunciou a isso e permitiu despolitização da moeda”, afirmou o ministro.
Durante entrevista Guedes ressaltou aos jornalistas espanhóis que o Brasil oferece um momento de investimento “excelente” com o dólar na casa dos R$ 5,00, uma cotação, avaliou, que se deve ao choque da pandemia no campo fiscal, somado a riscos políticos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)