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Auren (AURE3) receberá até R$ 4 bilhões de ‘herança’ do Governo Dilma; ações disparam 8%

Auren Energia. Foto: Divulgação/Prefeitura de Pereira Barreto (SP)

Usina hidrelétrica de Três Irmãos, fruto de investimentos da Auren Energia - Foto: Divulgação/Prefeitura de Pereira Barreto (SP)

A Auren Energia (AURE3) receberá uma indenização de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões da União Federal pelos estragos causados pelo então governo Dilma Rousseff com a Medida Provisória (MP) 579.

Com a novidade, as ações da Auren sobem mais de 8% no intradia.

O texto de Dilma, à época, deu a opção às geradoras de renovar suas concessões no sistema de cotização e vender energia a preço de custo, ou devolver a concessão para a União. A medida impacto a Auren e todas as demais do setor elétrico, causando um impacto de quase R$ 200 bilhões no segmento, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

A Auren decidiu pela devolução à União, mas processou o Governo pelo dano causado, já que tinha feito um investimento robusto na Usina Três Irmãos.

A Justiça decidiu pelo valor de R$ 1,7 bilhão corrigido pela Selic, que resulta em uma cifra de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões.

A companhia chegou a pedir valores adicionais, mas abriu mão disso com o acordo.

Essa cifra é superior à 20% da capitalização de mercado (market cap) da Auren, que é de R$ 13,6 bilhões, segundo dados do Status Invest.

A valor será pago pela união à AURE3 em sete anos, com 84 parcelas mensais consecutivas.

O início do pagamento bilionário à Auren deve ocorrer até outubro de 2023. O valor virá do fundo da Reserva Global de Reversão (RGR).

O que dizem os analistas sobre a Auren?

A XP Investimentos destacou o movimento como positivo, dado que a indenização antecipa o fluxo de caixa da companhia;

“A indenização da UHE Três Irmãos é um dos pilares da tese de investimentos da Auren e tem por objetivo indenizar a antiga CESP pela reversão de ativos não amortizados ou não depreciados relativos à UHE Três Irmãos”, comentam os analistas.

O Credit Suisse também enxerga o movimento com bons olhos e aponta que é uma decisão judicial de difícil reversão.

“Os riscos de alteração dos termos após decisão judicial transitada em julgado também devem ser bastante reduzidos”, dizem os especialistas.

A recomendação do banco é de compra para os papéis da companhia, com preço-alvo de R$ 19,60.

A expectativa é de que no futuro a companhia consiga pagar mais dividendos e crescer em um ritmo saudável.

Isso, considerando o patamar de endividamento visto como baixo pelos especialistas.

A projeção é de que o dividend yield (DY) da Auren possa chegar a 20% no ano que vem, ante 0,68% atuais, com R$ 0,1 pago por ação nos últimos 12 meses.

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