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PF apura esquema de lavagem de dinheiro dos auditores da Receita Federal

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O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) estão investigando um suposto esquema de extorsão e lavagem de dinheiro de auditores da Receita Federal no âmbito da Operação Lava Jato.

A Operação Armadeira cumpriu na última quarta-feira (3) 14 mandados de prisão, e 12 foram presos. O MPF apontou que o dinheiro extorquido dos investigados pelos auditores foram disfarçados com diversas mercadorias como relógios, viagens e bicicletas.

Documento de investigação dos auditores.

O Ministério Público Federal apontou “forte indícios” de lavagem de recursos provenientes dos atos de corrupção.

O fiscal Alexandre Ferrari Araújo comprou no ano passado uma bicicleta pelo valor de US$ 10 mil (R$ 41 mil). De acordo com o documento da operação, trata-se de uma bicicleta elétrica suíça.

“Além de atingir a velocidade acima de 45 km/h, a bicicleta é dotada de bateria de lítio e tela LCD touchscreen onde é possível acompanhar a velocidade, nível da bateria e demais funções e oferece conexão com o celular via Bluetooth”, informou o texto.

Saiba Mais: Lava Jato: Polícia Federal prende 12 auditores da Receita Federal

Além disso, no início do ano, Araújo gastou cerca de R$ 20 mil em passagens com destino à Sidney, Austrália.

Em fevereiro de 2017, o fiscal desembolsou R$ 13 mil em uma passagem para Dubai. Os investigadores apontaram cerca de 20 destinos internacionais entre 14 de janeiro de 2015 e 15 de julho de 2018.

Todas as viagens foram pagas em espécie, dentre os 20 destinos estão:

“Os dados constantes nos registros apontam, ainda, que o representado aparentemente se senta nas primeiras fileiras do avião, indicando a aquisição de passagens de 1ª  classe ou classe executiva”, informou o documento dos agentes.

Herança

Por sua vez, Mônica da Costa Monteiro de Souza, esposa do auditor fiscal, Marcial Pereira de Souza, declarou R$ 1,28 milhão, em 2017, no Imposto de Renda de dois relógios que foram recebidos supostamente como herança de seu pai.

Ademais, foram identificados outros quatro relógios, que também foram supostamente herdados por Mônica, e vendidos pelo valor de R$ 900 mil, em 2017.

“Tais elementos probatórios demonstram que Mônica da Costa Monteiro de Souza se encontra envolvida em diversas operações ilícitas de Marcial Pereira de Souza, permitindo tanto o recebimento de recursos ilícitos por Marcial, em especial os valores decorrentes da exigência de propina a empresários quanto o branqueamento dos recursos ocupando papel de destaque no núcleo econômico da organização criminosa”, diz o texto

O documento de investigação dos auditores da Receita Federal podem ser consultados aqui.

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