PricewaterhouseCoopers não assina o balanço da Kraft Heinz

A PricewaterhouseCoopers se recusou a assinar o balanço do primeiro trimestre da Kraft Heinz. O documento deveria ter sido publicado no dia 1º de maio. A informação foi divulgada pelo jornal “Valor Econômico”.

A auditora revelou, em um documento enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), que detectou desvio de conduta de funcionários na área de compras da Kraft Heinz. Segundo a PricewaterhouseCoopers, esse comportamento levou a empresa a cometer erros de US$ 208 milhões em seus balanços de 2016, 2017 e 2018. Por isso, os balanços de 2016 e 2017 e dos três primeiros trimestres de 2018 deverão ser reapresentados.

A Kraft Heinz ainda não enviou os dados do formulário 10-K à SEC. O documento também não foi assinado pela empresa de auditoria. O órgão de vigilância do mercado financeiro norte-americano está questionando desde dezembro a gigante dos alimentos sobre a forma de contabilizar suas compras.

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Questionada, a Kraft Heinz informou que estava trabalhando em conjunto com a PwC para preencher o formulário 10-K. “Assim que nós completarmos a revisão interna de nossas práticas e procedimentos relacionados à área de
compras”, declarou a empresa.

“Eles têm que explicar por que não assinaram… mas não assinaram. Alguma
coisa está acontecendo”, declarou Warren Buffett, um dos maiores investidores da empresa.  Sua empresa, a Berkshire Hathaway, é a maior acionista da fabricante de produtos alimentícios.

Saiba mais: Lemann: Tivemos fracasso com a Kraft Heinz, mas estamos consertando 

Buffet tem como sócios os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, através do veículo de investimentos 3G Capital, que controla também a AB InBev e o Burger King.

Problemas de gestão

Além dos problemas contábeis, a Kraft Heinz enfrenta dificuldades na gestão do seu negócio.

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Em fevereiro de 2019, a Kraft Heinz informou ter realizado uma baixa contábil de US$ 15,4 bilhões devido ao fraco desempenho de duas de suas principais marcas.

Isso gerou uma queda do valor das ações da empresa, que estão cotadas em cerca de US$ 32. Em fevereiro os papéis tinham um valor de US$ 47.

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Essa crise na companhia gerou dúvidas sobre a gestão da 3G Capital. Alguns analistas criticaram a excessiva preocupação em cortar custos e a pouca atenção ao marketing de seus produtos, assim como às mudanças do comportamento do consumidor.

Para tentar melhorar esse quadro, houve uma mudança na presidência da empresa. Agora o novo presidente da Kraft Heinz será o executivo português  Miguel Patricio.

Carlo Cauti

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