A primeira atualização do bitcoin em quatro anos entrou no ar neste domingo (14), em um raro momento de consenso entre as partes interessadas. Trata-se da atualização Taproot, que significa maior privacidade e eficiência nas transações.
Além disso, a atualização Taproot deve desbloquear o potencial para contratos inteligentes, que podem ser usados para eliminar intermediários nas transações.
“Taproot é importante, porque abre uma ampla oportunidade para empreendedores interessados em expandir a utilidade do bitcoin”, disse ao site CNBC Alyse Killeen, fundadora e sócia-gerente da empresa de risco com foco em bitcoin Stillmark.
Ao contrário da atualização do bitcoin de 2017, a Taproot tem suporte quase universal, em parte porque essas mudanças envolvem melhorias bastante incrementais para o código.
O que muda com a atualização do bitcoin?
Uma grande parte da reforma do bitcoin tem a ver com assinaturas digitais, que são como a impressão digital que um indivíduo deixa em cada transação.
No momento, a criptomoeda usa algo chamado “algoritmo de assinatura digital da curva elíptica”, que cria uma assinatura da chave privada que controla uma carteira de bitcoin e garante que o bitcoin só possa ser gasto pelo proprietário legítimo.
O Taproot adicionará algo conhecido como assinaturas Schnorr, o que torna as transações com várias assinaturas ilegíveis.
Isso não se traduzirá em maior anonimato para o seu endereço bitcoin individual no blockchain público, mas tornará as transações simples indistinguíveis daquelas que são mais complexas e compostas por várias assinaturas.
Na prática, isso significa mais privacidade, porque suas chaves não terão tanta exposição na cadeia. “Você pode esconder quem você é um pouco melhor, o que é bom”, disse à CNBC o engenheiro de mineração de bitcoin Brandon Arvanaghi, que agora dirige a Meow, uma empresa que permite a participação do tesouro corporativo em mercados de criptografia.
Para o usuário comum do bitcoin, no entanto, não existe razão para preocupação, pois as unidades da criptomoeda serão emitidas de forma compatível com a nova rede. Ou seja, o trabalho de compatibilização se dará “nos bastidores”, com atualizações nos aplicativos de corretoras e carteiras de criptomoedas.