MS vê melhora no Ibovespa e faz apostas em ações para 2022; Ativa piora estimativas para o índice
Dois relatórios publicados nesta segunda (22) fazem projeções para o Ibovespa em 2022, com cenários distintos.
Em relatório divulgado pela equipe de pesquisa do Morgan Stanley, o banco americano projeta, em dólar, retorno acima de 10% para as ações latino-americanas em 2022, tendo como referência o índice MSCI para América Latina.
A instituição financeira acrescenta estar com perspectiva “overweight” para Brasil e Chile, neutra para Colômbia, e com ponderação abaixo da média para México, Peru e Argentina. Entre as ações “top 10”, o Morgan Stanley coloca nomes brasileiros, como XP (XPBR31), Itaú (ITUB4), Minerva (BEEF3), Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4) e Petrobras (PETR4), pela ordem, nas seis primeiras posições.
Para o fim de 2022, o Morgan Stanley projeta o Ibovespa aos 120 mil pontos, meta que implica um viés de alta de 5% para o índice de referência da B3 (B3SA3), em dólar, e de 17% na moeda local, o real. Por setores, o banco americano afirma preferência por ações ligadas a commodities e segmentos defensivos, com ênfase nas áreas de agricultura, alimentos e petroquímica. Por outro lado, o Morgan afirma cautela, no Brasil, quanto a setores cíclicos, citando, em especial, exposição abaixo da média a ações de tecnologia, bancos e transportes.
No cenário positivo mais extremo, o Morgan Stanley projeta avanço de 23% para o índice MSCI da América Latina, em dólar, em 2022. No extremo oposto, negativo, o pior cenário implicaria queda de 20% no retorno, em dólar.
Ativa piora cenário para o Ibovespa
A Ativa Investimentos revisou para baixo a projeção para o Ibovespa ao final de 2022 de 138 mil para 117 mil para incorporar o tempo de incerteza o qual o mercado de capitais brasileiro atravessa.
De acordo com o gerente de Research Pedro Serra, o abismo entre a estimativa atual para o Ibovespa em 2022 e a anterior se deveu aos eventos que não pareciam razoáveis à Ativa em meados do ano, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) havia apresentado uma surpresa positiva do Produto Interno Bruto (PIB).
“O clássico erro dos profissionais de mercado foi perpetuar uma situação boa que estávamos experimentando na metade desse ano nos nossos modelos financeiros e matemáticos,” escreveu o gerente, em relatório.
Hoje as perspectivas da corretora são de mais volatilidade do que em 2021. A previsão é de que a proximidade com as eleições gerais começará a pesar nas escolhas da gestão do presidente Jair Bolsonaro, levando a medidas eleitoreiras e menos responsáveis.
No âmbito internacional, a retirada gradual dos estímulos e os impactos globais de uma desaceleração na economia chinesa se colocam como as principais preocupações da Ativa. “De forma geral, pode-se assumir que os investidores poderão exigir um prêmio de risco maior para ativos nos mercados emergentes.”
Para estimar o pontuação-alvo do Ibovespa, o gerente considerou um múltiplo P/L de saída de 11,9x (média histórica), o que levaria a 140 mil pontos. Aplicou um desconto nos resultados esperados e um desvio no múltiplo que os investidores estariam dispostos a pagar, de modo a incorporar os tempos de incertezas, chegando a 117 mil pontos.
Cotação do Ibovespa nesta sexta
O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), em baixa de 0,89%, para 102.122,37 pontos, a mínima da sessão e também de encerramento no ano — menor nível desde o fechamento de 6 de novembro de 2020 (100.925,11).
(Com Estadão Conteúdo)
