Na mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), os dirigentes concordaram em retirar a palavra “considerável” ao se referir aos riscos à economia dos Estados Unidos do comunicado sobre o anúncio de juros. É o que informa a ata referente ao encontro, divulgada nesta quarta-feira (19).
Segundo o documento do Fed, a omissão do termo reflete a melhora no cenário econômico, fruto do acelerado avanço da vacinação contra o coronavírus e de medidas de apoio fiscal.
“Os membros concordaram que a declaração pós-reunião deveria reconhecer que os indicadores de atividade econômica e emprego haviam se fortalecido, mas que, apesar de apresentarem melhorias, os setores da economia mais afetados pela pandemia permaneceram fracos”, destaca o texto.
Ainda assim, os dirigentes destacaram que as incertezas seguem elevadas e que o quadro é “altamente dependente” da evolução do coronavírus, embora os riscos não estejam mais “tão elevados” quanto em meses anteriores. Alguns deles também disseram que programas de medidas de apoio fiscal podem estar “mascarando vulnerabilidades entre famílias e empresas”.
“A projeção econômica dos EUA preparada pela equipe para a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) de abril foi um pouco mais forte do que a previsão de março”, diz a ata.
EUA: Fed vê emprego ganhando fôlego e impulso da inflação temporário
Diretora do Federal Reserve, Lael Brainard afirmou na última terça-feira (11) que há motivos para prever uma “retomada forte” nas contratações de trabalhadores nos próximos meses nos Estados Unidos.
Durante evento virtual, ela também comentou que a inflação ganha impulso com a retomada econômica, mas considerou que este “deve ser em geral temporário”.
Brainard disse que a perspectiva econômica “é positiva”, mas também lembrou da existência de incertezas, em quadro de emprego e inflação ainda “longe das metas” do Fed.
Segundo ela, o payroll (dado de emprego) da semana passada, que mostrou geração de vagas abaixo do esperado em abril, foi um lembrete da divergência de ritmos entre a oferta de vagas e as pessoas em busca de emprego. E também notou que gargalos em alguns pontos da economia, como na oferta de semicondutores, “parecem limitar” a produção e também as contratações.
Sobre a trajetória dos preços, a diretora do Fed disse que monitorará “com cuidado as expectativas de inflação no médio prazo”. E garantiu que, se a inflação estiver acima da meta, o BC “não hesitará” em usar os instrumentos disponíveis para “gentilmente” contê-la. De qualquer modo, ela considera que várias medidas “sugerem que a inflação continua bem ancorada e consistente com nossas metas”.
Questionada se auxílios extras na pandemia poderiam desestimular algumas pessoas a buscar emprego, ela respondeu que os números disponíveis mostram que o argumento não parece fazer sentido, no quadro atual.
A diretora ainda disse que, quando o Fed estiver mais perto do “progresso substancial” almejado no mercado de trabalho e na inflação, irá comunicar isso claramente.
Com informações do Estadão Conteúdo
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