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Ata do Copom sinaliza fim do ciclo altista dos juros em 11,75%, em 2022

Copom: repercussão do corte da Selic. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Copom corta Selic. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) comparou em sua última reunião “cenários envolvendo ritmos de ajuste maiores do que o de 1,50 ponto percentual com cenários em que a taxa de juros permanece elevada por período mais longo do que a implícita no cenário básico”, diz a ata do encontro realizado na semana passada, divulgada nesta terça-feira (14).

Após suas considerações, os membros do Copom concluíram que “o ritmo de ajuste de 1,50 ponto percentual, neste momento, é adequado para atingir, ao longo do ciclo de aperto monetário, um patamar suficientemente contracionista para não somente garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, mas também consolidar a ancoragem das expectativas de prazos mais longos.”

Na semana passada, o Copom elevou a taxa básica de juros do Brasil para 9,25%, em meio a uma inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)  de 10,74% em 12 meses.

A elevação da Selic em 1,5 p.p., para 9,25% colocou a taxa de juros no maior nível em pouco mais de quatro anos – desde julho de 2017, quando a Selic estava em 10,25%.

De acordo com o BC, a divulgação do PIB do terceiro trimestre (que registrou retração de 0,1% e colocou o País em recessão técnica pela segunda queda consecutiva” revelou evolução ligeiramente abaixo da esperada, apesar de as atividades mais atingidas pela pandemia terem continuado em trajetória de recuperação robusta, diz ata do Copom.

Além disso, o comitê também aponta o recuo de atividades econômicas, a deterioração dos índices de confiança e a inflação que segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes.

“A alta nos preços dos bens industriais ainda não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou, refletindo a gradual normalização da atividade no setor, dinâmica que já era esperada. As leituras recentes vieram acima do esperado e a surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como nos mais associados à inflação subjacente”, analisam os membros do Copom.

Por outro lado, a ata indica que desde a última reunião do Copom houve queda significativa dos preços internacionais de commodities energéticas, que têm exibido volatilidade substancial, “mas ainda é cedo para prever a extensão deste movimento [de queda e a influência nos preços]”, sinaliza.

Risco do cenário brasileiro e previsão para 2022

Para 2022, o Copom avalia que o crescimento da atividade econômica tende a ser beneficiado pelo desempenho da agropecuária e pelo processo de normalização da economia com o arrefecimento da pandemia. Os destaques seriam os setores de serviços e a retomada no mercado de trabalho.

Porém, ainda há riscos, eles seriam:

Por conta dos riscos fiscais, o mercado financeiro tem projetado aumento maior nos juros.

Para 2022, a projeção dos analistas indicam fim do ciclo de altas em 11,75%, mas com um primeiro recuo já em 2022, para finalizar o ano com os juros em 11,25%.

Em relação a inflação, a sinalização do Copom é a seguinte: 10,2% para 2021, 4,7% para 2022 e 3,2% para 2023.

Calendário do Copom em 2022

Para a próxima reunião do Copom, em 1º e 2 de fevereiro de 2022, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude, diz ata. O calendário dos encontros no próximo ano é o seguinte:

As atas do Copom são publicadas às 8 horas das terças-feiras seguintes às reuniões do comitê.

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